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Cães conseguem farejar estresse nas pessoas

Ilustração

A sabedoria popular diz há anos que os cachorros são os melhores amigos do homem e, de forma gradual, a expressão é confirmada pela ciência. Na Irlanda do Norte, uma equipe de pesquisadores descobriu que o estresse humano tem um odor específico e este cheiro pode ser facilmente identificado por cães treinados. No experimento, os animais gabaritaram o teste.

Publicado na revista científica PLos ONE, o estudo sobre a capacidade de cachorros identificarem o estresse humano pelo cheiro foi realizado por pesquisadores da Queen’s University Belfast, no Reino Unido. No total, os testes envolveram quatro cães — Treo, Fingal, Soot e Winnie — e 36 humanos.

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“A pesquisa destaca que os cães não precisam de sinais visuais ou de áudio para captar o estresse humano. Este é o primeiro estudo desse tipo e fornece evidências de que os cães podem sentir o cheiro do estresse apenas pela respiração e pelo suor, o que pode ser útil em treinamentos específicos”, afirma a cientista e uma das autoras do estudo, Clara Wilson, em comunicado.

Na vida prática, a habilidade poderia ser ensinada para animais que trabalham em aeroportos, farejando drogas ou artigos explosivos. De olho no potencial do olfato canino, estudos anteriores investigaram as habilidades dos cachorros em identificaram casos de câncer. Pesquisas também treinaram cães para sentir o “cheiro” da covid-19 em pessoas infectadas.

Como foi feito o estudo em que cachorros farejam o estresse?

Estudo revela que cachorros podem farejar o cheiro de humanos que estão com elevado nível de estresse (Imagem: Wilson et al., 2022/PLos ONE)

No experimento, a equipe de cientistas coletou amostras de suor e respiração dos participantes antes e depois de resolverem um problema de matemática considerado difícil. Os voluntários relataram o nível de estresse que vivenciaram durante a tarefa, mas os pesquisadores usaram apenas amostras em que a pressão arterial e a frequência cardíaca das pessoas aumentaram — estes podem ser considerados indicativos mais precisos do estresse.

Em um primeiro momento, os cachorros foram ensinados a como cheirar as amostras e, em seguida, foram apresentadas a eles as amostras que estavam associadas com alto ou baixo nível de estresse. Neste segundo momento, os pesquisadores ainda não sabiam se, de fato, havia uma diferença notável de odor que os animais conseguissem farejar. Após o treinamento, os cães identificaram corretamente todas as amostras.

O que foi possível descobrir sobre a relação entre cães e humanos?

“As descobertas mostram que nós, como seres humanos, produzimos cheiros diferentes através do suor e da respiração quando estamos estressados ​​e os cães podem distinguir isso do nosso cheiro quando relaxados — mesmo que seja alguém que eles não conheçam”, explica Wilson.

“Isso também lança mais luzes sobre o relacionamento humano-cão e aumenta nossa compreensão sobre como os cães podem interpretar e interagir com os estados psicológicos humanos”, completa a pesquisadora.

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