Sabe aquela carinha irresistível que seu cão faz quando quer carinho ou comida? Aquela, com os olhinhos bem abertos, todo fofo? Pois bem: estudos indicam que essa forma de olhar surgiu na evolução da espécie, para ajudá-los a conseguir o que querem dos humanos.
Para chegar a essa conclusão, os cientistas estudaram cães domésticos e lobos, percebendo que nossos amigos conseguem mover muito os músculos da face, enquanto a outra espécie tem expressão mais “estática”. Há uma enorme diferença entre os músculos de contração rápida ou lenta — os rostos dos lobos têm músculos de contração lenta, que os ajudam a uivar, enquanto cães domésticos têm o outro tipo, ideal para expressões faciais.
Essa diferença entre cães domésticos e lobos é muito rara entre duas espécies tão próximas na trajetória da evolução. Além disso, a comunicação entre dois animais tão diferentes quanto humanos e cachorros também é difícil de achar na natureza. Isso abre margem para teorias.
Instinto de cuidado
Não se sabe, exatamente, como os lobos começaram a ser domesticados para se tornarem os cães que conhecemos hoje. Mas é sensato concluir que os músculos da face dos cachorros se desenvolveram dessa forma porque isso ajudava na convivência com os humanos.
Além disso, nossos ancestrais podem ter selecionado cães para companhia que tivessem suas expressões faciais mais semelhantes às nossas — favorecendo a sobrevivência e a reprodução desses animais. Em resumo, selecionamos geneticamente os cães “mais fofos”.
Em milhares de anos de evolução, os músculos da face dos cachorros ficaram cada vez mais capazes de criar uma expressão considerada fofa: sobrancelhas levantadas, olhos maiores e esclera (branco do olho) mais aparente. Outro músculo bastante desenvolvido nos cachorros domésticos é aquele nos cantos do rosto, que faz “sorrir com os olhos”.
São expressões que, inclusive, emulam a aparência de bebês humanos, despertando nossos instintos de cuidado. Obviamente, nada disso é consciente ou foi baseado em decisões racionais ao longo da história — foi acontecendo, até que os cães se tornassem “os melhores amigos dos homens”, com a cara fofinha que a gente conhece e ama. Melhor para todos, né?