A Braskem (BRKM5) pode utilizar receitas não recorrentes para cobrir cerca de 80% dos R$ 8,8 bilhões necessários para cobrir as despesas com indenizações e reparações, relativas aos problemas geológicos causados pela mineração de sal em Maceió.
A conta é de Christian Audi e Rodrigo Almeida, que assinam um relatório do Santander (SANB11) sobre o assunto. Segundo os analistas, a maior petroquímica das Américas possui três potenciais fontes de recursos para arcar com esses compromissos.
A primeira é a parcela de caixa já reservado para bancar as despesas com os problemas de Alagoas. Essa fatia é estimada pelo Santander em R$ 1,5 bilhão. Outro R$ 1 bilhão viria de créditos fiscais de PIS/Cofins. Mas a maior contribuição, R$ 1,7 bilhão, seria dada por apólices de seguros.
Em aberto
A efetivação dessas fontes de recursos ainda está em aberto. O Santander observa que os créditos fiscais ainda não foram revertidos, e a negociação com as seguradoras não está concluída. De todo modo, a Braskem corre contra o tempo, já que a maior parte dos desembolsos com o caso, R$ 4,1 bilhões, deve ser feita neste ano.
Além do tempo, outra preocupação é preservar o caixa operacional da empresa, onde estão os recursos que bancam seu funcionamento – da compra de matérias primas ao pagamento de contas e salários.
Apesar da pressão, o Santander espera um desfecho positivo. Os analistas citam o pagamento das despesas de Alagoas com recursos não recorrentes, a forte margem de geração de caixa livre (19%), as sólidas perspectivas para o setor petroquímico e futuras reduções no endividamento para recomendar a compra das ações da Braskem.
O preço-alvo para as ADRs (American Depositary Receipts) da companhia é de US$ 12. Isso implica uma alta potencial de 28% em relação à cotação usada como referência pelo banco. O Santander não forneceu preço-alvo para as ações negociadas no Brasil.