A pequena Nicolle de Paula Peixoto é um gênio de apenas 8 anos. Apesar da pouca idade, a brasileira já é considerada uma das pessoas com QI (Quociente de inteligência) mais alto do país. Tanto que entrou para a Mensa, a sociedade dos gênios do mundo.
Nicolle é da Baixada Fluminese, no Rio de Janeiro e atestou pontuação 144, o que a classifica como uma criança superdotada. Só para comparar, Steve Jobs tem 140 pontos, Bill Gates 162, e Albert Einstein, 160 pontos.
Como foi comprovado
A mãe conta que dede pequena Nicolle se destacava entre os colegas na escola. Com 4 anos, sabia ler e fazer contas e aos 5 já estava alfabetizada.
Apesar de fazer parte da Mensa, a estudante sofreu com uma série de problemas que dificultaram o desenvolvimento de suas altas habilidades. Os pais descobriram que a filha tinha o dom somente no ano passado, quando Nicolle estudava em uma escola do bairro.
“Ela terminava as tarefas com muita rapidez e dizia sempre que queria ajudar os professores. Decidimos, então, colocá-la em um colégio mais avançado”, diz Jéssica.
Para ingressar na associação, Nicolle precisou fazer um teste, o WISC IV. A mãe dela, Jéssica Peixoto, 32, conta que a filha precisou passar por outras 12 avaliações.
“É uma felicidade saber que a minha filha pode ajudar a construir uma sociedade ainda mais forte, missão que, ao mesmo tempo, desafiadora”, disse.
Quer ser médica
Jéssica conta que Nicolle tem um gênio forte, é muito independente e exige muito de si. “Ela se cobra demais, não aceita erros. Por isso, precisamos mostrar a ela que errar é normal”, conta a mãe. Nicolle diz que seu sonho é ser médica e que pensa muito no futuro, mas também gosta de brincar.
“Gosto muito dos dois, mas estudar é o principal pra mim, porque vai me ajudar a ser uma boa médica no futuro”, afirma a menina.
Ela conta que sempre ajuda os amigos que têm dificuldade e que sua matéria preferida é matemática. Influenciada pelo pai, Renato Peixoto, 43, ela toca flauta, teclado e pratica ginástica artística. Muito curiosa e dedicada aos estudos, Nicolle está sempre empenhada em aprender algo novo.
Ficou frustrada
Jéssica fez inscrição da filha para o concurso público do Colégio Federal Pedro II, que oferece ensino mais avançado. Após uma seleção de 150 candidatos entre 2.500 inscritos, foi contemplada.
Com 7 anos, Nicolle estava cursando a 2º série do Ensino fundamental mas, pelas regras do edital, precisou voltar para o 1º ano, o que a deixou bastante frustrada.
“Ela não queria mais ir à escola e voltava chorando, pois já sabia todos os conteúdos”, conta Jéssica, que entrou em contato com a pró-reitoria da instituição, solicitando a mudança da série da filha, mas o pedido foi indeferido pela escola.
A mãe buscou, então, um teste de QI que atestasse a inteligência elevada de Nicolle para que ela pudesse retornar à série que já estava. “Apesar de a escola contar com estrutura para realizar o teste, precisei pagar tudo do meu bolso”, disse Jéssica.
A avaliação apresentou resultado positivo para altas habilidades e superdotação, atingindo percentual de 99,8%.
Para os pais, a aprovação da filha nesse teste representa a descoberta de novas perspectivas de mundo. Tanto que foi preciso recorrer a acompanhamento psicológico e psicopedagogo para lidar com o dom da filha.
Falta de apoio nas escolas
Os pais de Nicolle contam, ainda, que as escolas e instituições não possuem preparo para acolher, estimular e potencializar crianças com essas habilidades, além de existir poucos profissionais capacitados.
“Ficamos com os pés e mãos atados. Esse mundo é ainda muito fechado e, sem apoio, esse potencial pode se perder”, diz Jéssica. Os pais afirmam que apesar da condição financeira da família ser razoável, não conseguem arcar com um colégio de ponta para a filha.
Moradores da Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro há dez anos, a mãe de Nicolle é supervisora de vendas e o pai, policial militar reformado.