No Facebook, acompanho algumas atualizações do Matheus Prado, um especialista no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Uma de suas publicações chamou minha atenção, ao ser enfatizado o fato de que o Brasil tem, aproximadamente, 1.200 faculdades de Direito, enquanto todo o restante do mundo limita-se 1.100 faculdades para formação de juristas.
Sem querer discutir benefícios ou malefícios de excessos, ponho em questionamento somente a qualidade do ensino jurídico dessas tantas faculdades. Anualmente, por exemplo, são realizadas diversas edições do Exame da Ordem, através dos qual um bacharel em Direito é avaliado, em duas fases, para poder estar apto para integrar a Ordem dos Advogados do Brasil e, finalmente, estar apto a advogar, a ter capacidade postulatória, defender direitos. Os índices de reprovação nesse Exame deixam claro que existe um maior rigor necessário de ser implantado.
É preciso dar um basta na mercantilização da educação, isto é, na sua redução a mero objeto de compra, venda e lucro aos empresários. Reduzir a formação superior à concorrência do mercado de trabalho, admitindo que milhares de pessoas sonhem com uma vida profissional bem-sucedida sem oferecer o alicerce mínimo para esse sonho é, antes de tudo, uma injustiça.
Penso que trata-se de uma injustiça porque rouba o futuro, engana as expectativas e não oferece o mínimo necessário para que os objetivos possam continuar sendo buscados. Frustra, maltrata, engana e limita.
Esse tipo de injustiça não está presente somente nos cursos de Direito, mas é muito marcante numa formação cujo ideal sempre foi o da justiça, da retidão, da prudência e do equilíbrio.
Até quando?!