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Brasil corre risco de enfrentar epidemia de dengue

São Paulo registra aumento no número de casos de dengue

(Imagem: AlagoasWeb/Arquivo)

Neste começo de ano, a cidade de São Paulo registra aumento no número de casos de dengue em relação ao mesmo período no ano anterior. Se a tendência de alta na doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti continuar e o mesmo movimento ocorrer no resto do país, é possível que o Brasil enfrente uma nova epidemia.   

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Brasil corre risco de enfrentar epidemia de dengue

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Nas duas primeiras semanas epidemiológicas do ano (SE 1 e 2) em São Paulo, foram registrados 528 e 331 casos de dengue, respectivamente. Em comparação com 2023, foram 206 e 111. No entanto, os números despencaram na SE 3 para 2, contra 112 registrados no ano passado. Até o momento, nenhuma morte foi confirmada.

(Imagem: Reprodução/Prefeitura São Paulo)

Estes números ainda não mostram o que, de fato, está acontecendo em São Paulo. Então, é preciso aguardar e esperar pela média final referente ao mês de janeiro. No entanto, os números isolados podem ser um prenúncio do cenário nacional para 2024. 

Segundo previsões do Ministério da Saúde, desenvolvidas em parceria com o InfoDengue, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o Brasil pode registrar até 5 milhões de casos este ano, no pior dos cenários.

Em paralelo, a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo confirmou o primeiro caso do sorotipo 3 da dengue (DENV-3). O ressurgimento desse sorotipo é um dos fatores que pode provocar uma epidemia da doença neste ano.

Estados sob risco de epidemia
A partir das projeções, o Ministério da Saúde traça um panorama de quais regiões podem enfrentar maior risco em relação à dengue este ano. É possível um aumento em todos os estados, mas em níveis diferentes. É o que explicou Ethel Maciel, secretária de Vigilância em Saúde, durante coletiva de imprensa realizada em dezembro.

A região Centro-Oeste deve ser a mais afetada ao longo do ano, caracterizada com nível epidêmico. No Sudeste, é avaliado como potencial epidêmico, especialmente nos estados de Minas Gerais e Espírito Santo — aqui, vale notar que nem o estado de São Paulo e nem a capital configuram como ponto crítico.

Em relação ao Sul, o Paraná deve atingir um “patamar alto” em relação aos novos casos de dengue. Enquanto isso, o Nordeste deve apresentar um aumento, mas abaixo do limiar epidêmico. O Norte não foi considerado na avaliação.

Previsão de casos
A Saúde trabalha com uma estimativa de que podem ser registrados de 1,6 milhão até 5 milhões de casos de dengue ao longo de todo o ano de 2024. Em média, devem ocorrer 3,3 milhões. No ano passado, foram notificados 2,9 milhões de casos, sendo 1.094 mortes. 

Novas estratégias contra dengue
Apesar de 5 milhões causar espanto, é preciso entender que se trata de uma projeção. O pior dos cenários prevê que nenhuma nova tecnologia e estratégia seria adotada.

“A nossa ideia é que esse impacto seja reduzido, principalmente em relação à gravidade dos casos — que é o nosso foco principal. É instituir o diagnóstico precoce, iniciar a reidratação e impedir a progressão de gravidade nos casos”, destaca Maciel. 

Além disso, o início da vacinação contra a dengue em fevereiro, mesmo que com poucas doses, poderá ajudar a proteger os grupos de maior risco. Outra estratégia é a ampliação de áreas em que os mosquitos com a bactéria Wolbachia serão liberados. Vão ser 11 cidades, o que deve ajudar a reduzir os casos localmente.

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