Uma sexagenária amada por todos os seus filhos(as) tem este 11 de Novembro como o dia mais especial do calendário, pois rememora, nesta data, a sua emancipação política. Emancipar é libertar, tornar livre, independente, apta a caminhar com seus próprios meios. Assim, no dia 11 de novembro de 1958, emancipava-se Boca da Mata, tornando-a política e administrativamente independente de São Miguel dos Campos.

Sempre que leio ou ouço a palavra “emancipar”, lembro-me do instituto jurídico da emancipação civil, ato jurídico em que o maior de 16 e menor de 18 anos tem para si a concessão de liberdade para já exercer determinados atos de natureza cível, nos termos do artigo 5º do Código Civil. No caso da emancipação política, entretanto, o significado é ainda mais importante, pois traz à população de determinado território a condição de autodeterminar-se, politicamente, diante de um novo município que se cria. Isso é bonito e necessário de ser lembrado.

Todo movimento de emancipação deve ser saudado pela história, pois significa a busca inequívoca pela autonomia de cada povo. Mais do que isso, necessário ressaltar que um povo sem memória é um povo sem história. O 11 de Novembro precisa ser sempre lembrado e louvado por essas mesmas razões, e também porque representa o mais importante feriado do município e a mais conveniente das oportunidades de expressão cultural da nossa gente.

Neste dia, desejo que Boca da Mata consiga superar, sobretudo, obstáculos e superveniências em geral. Ainda que calejadas estejam, que seus filhos(as) possam dar as mãos, uns aos outros, por um agir mais sensível e mais proporcional com o que, efetivamente, importa às pessoas. Parafraseando Dado Dolabela, que com suas lágrimas possamos pintar uma árvore. Que a emancipação política siga sendo lembrada e, para além dela, alcancemos patamares cada vez mais civilizacionais.