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Boca da Mata, 59 anos de persistência

Boca da Mata

Reprodução

Hoje, em mais um 11 de Novembro, tal como faço há uns dez anos, desde criancinha, dedico uma parcela de tempo para refletir sobre minha terra amada. Suas belezas, encantos, sonhos, sofreres e esperanças alimentadas. Reflito sobre as tais promessas de um futuro melhor para a sua gente e na transformação que não veio, mas que, sobretudo, poderá vir.

Pensar a respeito nunca me foi ônus, pois é gratificante ter condições ideológicas e consciência limpa à disposição para fazê-lo. E para tê-las, certamente, será indispensável não ser conivente com desmandos, enrolações, prioridades espúrias e irresponsabilidades generalizadas. Pois bem, apto estou. E digo mais: nestes 59 anos de emancipação política, Boca da Mata está de parabéns pelos seus munícipes que resistem a tantos ataques ao sonho de um futuro melhor! Por conseguinte, para representar essa Boca da Mata que merece ser felicitada, cito personagens que melhor materializam sua digna figura, qual seja, a de Terra Mãe de dezenas de milhares de pessoas.

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Assim, estendo os meus parabéns às professoras e aos professores bocamatenses, que educam para a vida, mesmo diante de realidades circundantes que limitam e sufocam, bem como aos servidores públicos em geral (todos aqueles/as que não se corrompem!); aos universitários aguerridos, que, diariamente, amargam a rotina cansativa do deslocamento para garantir uma vida melhor para si e ofertar mão de obra qualificada para a sua gente; e àqueles que, como Darcy Ribeiro, fracassam em tudo o que tentam na vida, mas que têm os fracassos como suas vitórias, porque detestariam estar no lugar de quem os venceu.

Explico-me: chamo derrotados aqueles/as que fracassam na incansável busca por saúde, educação, transparência, cultura, lazer, renda e oportunidades fiéis. Apesar dos pesares, são eles quem orgulha Boca da Mata, pela sua limpidez. Reputo símbolo de dignidade sofrer a derrota quando, por vezes, os que bradam são os mesmos que se espojam na indecência.

A verdade é que emancipação política só será substancialmente real quando reconhecida e respeitada a condição humana de cada um nós. Quando tivermos uma Boca da Mata para todos! Na qual não existam fracassos conexos e onde a justiça social seja um princípio não dissonante.

Por isso, aos bocamanteses, especialmente àquelas e àqueles que não se envergam nem destoam da altivez necessária diante da realidade social injusta e massacrante: meus parabéns! Pelos 59 anos de persistência aos sonhos de uma Boca da Mata efetivamente para todos!

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