O consumo diário de café pode contribuir com a redução da gordura corporal e do risco de uma pessoa desenvolver diabetes tipo 2, segundo mostra um estudo publicado na revista BMJ Medicine na quarta-feira (15).
Pesquisadores do Reino Unido e da Suécia usaram uma técnica estatística chamada randomização mendeliana para avaliar os efeitos de níveis mais altos de cafeína no sangue sobre o peso corporal e os riscos de diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares importantes a longo prazo.
A partir da randomização mendeliana, eles conseguiram analisar a ação de duas variantes genéticas comuns dos genes CYP1A2 e AHR – associados à velocidade do metabolismo da cafeína no corpo – em aproximadamente 10 mil pessoas inscritas em seis estudos de longo prazo.
Níveis mais altos de cafeína no sangue foram associados ao índice de massa corporal (IMC) significativamente menor. As pessoas também eram menos propensas a desenvolver diabetes tipo 2.
“A cafeína pode melhorar o metabolismo das pessoas, embora isso não signifique que elas devam exagerar em bebidas com alto teor calórico com cafeína, como chai lattes”, pondera o principal autor do estudo, Dipender Gill, do Imperial College London.
Os autores do estudo observaram que indivíduos que carregavam as variantes genéticas metabolizavam a cafeína mais lentamente e normalmente tinham um alto nível da substância estimulante no sangue sem precisar consumir grandes quantidades, em comparação com aqueles que processavam a cafeína rapidamente.
O primeiro grupo de participantes apresentava o IMC e o risco de diabetes tipo 2 mais baixos, levando os pesquisadores a reforçarem a teoria de que a cafeína era a responsável pela diferença.
Pesquisas observacionais feitas anteriormente já mostraram que o consumo de três a cinco xícaras de café todos os dias está associado a um menor risco de diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares.
Uma xícara média de café contém de 70 mg a 150 mg de cafeína. Estima-se que a ingestão diária de 100 mg aumente o gasto de energia em cerca de 100 calorias diárias.