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Baixos níveis de vitamina D aumentam risco de demência

AlagoasWeb/Arquivo

Para encontrar tratamentos que possam retardar ou interromper os diversos tipos de demência, os cientistas precisam entender melhor os fatores que podem causar essas doenças. E o problema é urgente, com estimativas de 55 milhões de pessoas em todo o mundo vivendo com demência, um número que deve aumentar à medida que a população global envelhece.

Um desses esforços levou Kyla Shea e colegas da Universidade Tufts (EUA) a examinar os níveis de vitamina D no tecido cerebral, especificamente em adultos que sofreram taxas variáveis de declínio cognitivo.

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A busca se justifica porque, nos anos recentes, inúmeros experimentos demonstraram que a vitamina D tem uma importância muito maior para nosso organismo do que os cientistas imaginavam.

E os exames mostraram que as pessoas com níveis mais altos de vitamina D no cérebro tinham melhor função cognitiva, ou seja, eram menos impactados pela demência.

“Esta pesquisa reforça a importância de estudar como os alimentos e os nutrientes criam resiliência para proteger o cérebro envelhecido contra doenças como o mal de Alzheimer e outras demências relacionadas,” disse a professora Sarah Booth, coordenadora da equipe.

Vitamina D e demência
A vitamina D é o elemento essencial de muitas funções no corpo, incluindo respostas imunológicas e a manutenção de ossos saudáveis. As fontes dietéticas incluem peixes gordurosos e bebidas fortificadas (como leite ou suco de laranja), mas o bom mesmo é uma pequena dose diária de exposição à luz solar – já que a vitamina D é tão importante, nosso corpo possui mecanismos para fabricá-la por conta própria.

Os pesquisadores procuraram vitamina D em quatro regiões do cérebro, duas associadas a alterações ligadas à doença de Alzheimer, uma associada a formas de demência ligadas ao fluxo sanguíneo e uma região sem nenhuma associação conhecida com declínio cognitivo relacionado à doença de Alzheimer ou doença vascular.

Eles descobriram que a vitamina D estava realmente presente no tecido cerebral, e altos níveis de vitamina D em todas as quatro regiões do cérebro se correlacionaram com uma melhor função cognitiva.

No entanto, os níveis de vitamina D no cérebro não se associaram a nenhum dos marcadores fisiológicos associados à doença de Alzheimer nos cérebros estudados, incluindo acúmulos de placa amiloide, doença do corpo de Lewy ou evidência de derrames crônicos ou microscópicos. Isso significa que ainda não está claro exatamente como a vitamina D pode afetar a função cerebral.

“A demência é multifatorial e muitos dos mecanismos patológicos subjacentes a ela não foram bem caracterizados. A vitamina D pode estar relacionada a resultados que ainda não examinamos, mas planejamos estudar no futuro,” disse Kyla Shea.

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