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Bagaço de maracujá vira creme antienvelhecimento para a pele

Rubian/Divulgação

O bagaço de maracujá, resíduo descartado pela indústria de sucos, possui compostos bioativos cujas propriedades têm aplicações promissoras no mercado de cosméticos.

Esse resíduo industrial agora se tornou a matéria-prima de um produto antienvelhecimento para a pele, produzido de forma sustentável, com atuação antioxidante testada e comprovada cientificamente.

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Pesquisadores da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) conseguiram recombinar os extratos presentes no bagaço na forma de uma miniemulsão – um tipo de emulsão cujas gotículas têm escala micrométrica – e realizar testes in vitro para identificar marcadores de poder antioxidante e de inibição de enzimas que causam degradação do colágeno e da elastina na pele.

“Com base nisso conseguimos comprovar as rotas metabólicas de atuação e os mecanismos celulares envolvidos naqueles bioativos,” afirmou Philipe dos Santos, um dos sócios da empresa Rubian Extratos, apoiada pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo).

“A empresa surgiu como uma iniciativa de graduandos, dentro do desafio da Unicamp, que é um estímulo ao empreendedorismo no qual a universidade disponibiliza seu portfólio de patentes para que os alunos escolham uma tecnologia e, com ela, desenvolvam um modelo de negócios”, explica Eduardo Aledo, outro sócio da empresa emergente.

Redução de manchas e rugas

Os pesquisadores da Unicamp haviam comprovado a atuação dos compostos bioativos presentes no bagaço de maracujá no combate de manchas da pele, o que levou à criação de um produto batizado de Rejuvenate, que atua na inibição da enzima responsável pela produção de melanina. Os pesquisadores também identificaram um aumento da expressão gênica de marcadores relacionados à longevidade celular.

“Além disso, em fevereiro, fizemos um teste clínico com 16 mulheres selecionadas e conseguimos comprovar algumas das propriedades do produto, como a redução de manchas, uma redução significativa no nível de rugas e aumento da hidratação facial,” contou Philipe.

Com uso exclusivo de técnicas limpas, o bagaço que sobra da indústria passa por um processamento, é padronizado e submetido a duas extrações que haviam sido desenvolvidas anteriormente na Unicamp, gerando dois extratos, um lipídico e um aquoso. “Ambos têm bioativos de interesse: o extrato lipídico apresenta tocotrienóis, carotenoides e ácidos graxos e o extrato aquoso possui polifenóis,” explicou Philipe.

Em seguida os extratos são emulsificados, criando o produto que a empresa pretende agora colocar no mercado.

“A miniemulsão mostrou um amplo espectro de aplicação. É um produto minimalista, vegano, 100% natural e em toda a sua produção não é utilizado nenhum insumo de origem sintética. Por isso há um grande número de rotas de aplicação,” concluiu Philipe.

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