Aplicativo espião: o que é e como saber se seu celular está sendo monitorado

Por: Olhar Digital via Via Techxplore/Comunique-se  Data: 15/03/2023 às 13:18

Espionagem de celular é um problema cada vez mais sério em todo o mundo. Estima-se que o número de dispositivos infectados aumentou 63% nos Estados Unidos entre setembro de 2020 e maio de 2021. No Reino Unido, foi registrado um aumento de 93% no uso de aplicativo espião em um período semelhante.

Geralmente, os aplicativos espiões – ou spywares, em inglês – são comercializados como ferramentas para monitorar crianças e equipamento de empresas. No entanto, obviamente, muitos clientes são atraídos com a promessa de espionar secretamente um parceiro.

O que é um app espião?
Como o nome sugere, aplicativo espião é um app que espia o celular sem que o dono saiba. Ele coleta uma variedade de informações, como localização, mensagem de texto, chamadas, áudio e vídeo. Alguns programas podem inclusive transmitir áudio e vídeo ao vivo.

Antes de coletar informações, é preciso instalar o app manualmente no celular da vítima ou via phishing. Como esse programa não está disponível em lojas oficiais, é necessário baixá-lo da internet. Por isso, geralmente, as vítimas são usuários de Android, pois o iPhone não permite esse tipo de instalação.

Em teoria, não é difícil instalar um spyware e muitos sites oferecem um passo a passo detalhado. Após a instalação, as atividades do dispositivo da vítima são registradas e armazenadas para serem acessadas pelo agressor por meio de um portal.

Aplicativo espião: como funciona
Cada aplicativo funciona de uma forma diferente, mas a ideia por trás de todos é que eles devem operar sem seres identificados pela vítima. Algumas das maneiras, por exemplo, é não aparecer na barra de inicialização ou se disfarçar como outro serviço, como “Wi-Fi”.

Veja como o app espião pode funcionar:

  • Usar um navegador invisível para transmitir vídeo ao vivo da câmera do dispositivo;
  • Ativar o microfone do dispositivo durante chamadas telefônicas;
  • Ativar a função de alto-falante;
  • Utilizar recursos de acessibilidade do aparelho para ver as teclas digitadas;
  • Aceitar comandos a partir de mensagens SMS – inclusive para limpar remotamente o telefone.

Como saber se está sendo monitorado
Como você pode imaginar, não é fácil identificar a espionagem. Porém, existem alguns sinais que podem te ajudar a chegar à conclusão, como:

  • Veja se reconhece todos os aplicativos instalados;
  • Verifique as permissões dadas aos aplicativos – principalmente, câmera, fotos e microfone;
  • Observe o consumo de bateria e de dados de internet;
  • Repare se suas mensagens aparecem já como lidas;
  • Olhe se os ícones do microfone e câmera aparecem ativados mesmo sem nenhum aplicativo em uso – mas, lembre-se de apps legítimos também usam esses recursos mesmo estando em segundo plano.

Outros indícios são programas e serviços ativando automaticamente; aplicativos que não permitem a desinstalação; e apps que reiniciam sozinhos após serem interrompidos pelo sistema Android ou após a reinicialização do próprio dispositivo.

Veja quais são os perigos
Existem vários perigos no uso de programa espião tanto para o agressor, quanto para a vítima. Para o agressor, a principal consequência é cometer um crime, previsto no artigo 10 da Lei 9296/1996 e no artigo 154-A da Lei 12.737/2022, chamada de Lei Carolina Dieckmann.

Outro perigo é com relação à segurança dos dados. Vários aplicativos usam canais de comunicação não criptografados para transmitir os dados que eles coletam. Frequentemente, as fotos, textos e localização da vítima estão armazenados em URLs públicas acessíveis a qualquer pessoa com o link.

Além disso, muitos desses aplicativos retêm dados confidenciais tanto do agressor, quanto da vítima. Isso ocorre sem que haja um contrato e, em alguns casos, até mesmo depois que o cliente para de usá-los.

Como proteger seu aparelho
Siga as seguintes dicas e reduza os riscos de ter o smartphone monitorado:

  • Mantenha seu celular atualizado, com as últimas versões do sistema operacional e do antivírus;
  • Ative a senha do celular, que preferencialmente não seja a biometria facial;
  • Não deixe as senhas salvas nos aplicativos;
  • Utilize a autenticação de dois fatores, quando disponível;
  • Jamais clique em links e programas enviados por terceiros.

Você conhece alguém que pode estar sendo vítima de um aplicativo espião? Compartilhe esta matéria para ajudá-lo.

Via Techxplore e Comunique-se.