“Que seria de nós sem a esperança? O sol nasce todos os dias para nos ajudar a viver e nós não temos o direito de nos voltar para o escuro se temos ao dispor tanta claridade.”
Anilda Leão, em “Eu em trânsito”. Maceió: Gráfica Graciliano Ramos, 2003.
Me deparo com muitas novidades ao fazer pesquisas para o blog do @escrevenordeste. Mas, encontrar informações sobre Anilda Leão me deixou muito feliz e ao mesmo tempo surpresa. Como nosso estado através da educação não nos oportuniza conhecer grandes escritores, estudar nossa própria história? Como estudamos temas tão além de nossa própria realidade?
Alagoas tem uma cultura riquíssima, que pode ser apreciada através da música, artes, pinturas, artesanato, escritos, por fim, manifestações culturais de vários tipos que expressam a riqueza de nosso estado. Porém, quando paro pra perceber que poucos de nós conhece nossa própria história, isso me deixa muito triste.
É por isso que hoje eu escolhi falar de uma mulher que marcou a história alagoana. Nascida em julho de 1923, Anilda foi uma poeta, escritora, militante feminista, atriz e cantora. Seus textos estiveram presentes em jornais e revistas de Alagoas: Revista Caetés, Revista Mocidade, Jornal de Alagoas e Gazeta de Alagoas.
Ela militava pelo direito das mulheres, participava da Federação Alagoana pelo Progresso Feminino. Escrevia poemas desde seus 13 anos de idade. Recebeu prêmio Graciliano Ramos pela Academia Alagoana de Letras.
Suas obras foram: Chão de Pedras (1961), poesia; Chuvas de Verão (1974), poesia; Poemas marcados (1978), poesia; Riacho Seco (1980), contos; Círculo Mágico (e outros nem tanto) (1993), poesia; Olhos Convexos (1989), crônicas; Eu em Trânsito (2003), memória.
No site história de Alagoas eles relatam que Anilda atuou como atriz em “seriados como: Lampião e Maria Bonita e Órfãos da Terra (1970), e nos filmes Bye bye Brasil, Memórias do Cárcere (1984) e Deus é brasileiro (2002), além de “Tana’s Take“, de Almir Guilhermino e outras produções locais. No teatro interpretou papéis destacados nas peças Bossa Nordeste e Onde canta o sabiá”.
Anita foi uma mulher à frente de seu tempo, rompeu as barreiras de sua época. Seus escritos estavam direcionados para grandes temas que eram considerados tabus, como: como virgindade, homossexualismo e prostituição. Infelizmente essa mulher forte, decidida e cheia de fibra faleceu aos 88 anos devido a uma infecção generalizada. .