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Alagoas realiza mais um transplante de fígado e salva a vida de jovem sertanejo

Carla Cleto/Ascom SesaU

Alagoas realizou, nesta segunda-feira (8), mais um transplante de fígado, beneficiando um jovem de 28 anos, morador do município sertanejo de Poço das Trincheiras. O procedimento foi realizado na Santa Casa de Maceió, onde o paciente estava internado, após ter sido diagnosticado com hepatite autoimune e cirrose.

O procedimento foi possível graças à doação de órgãos autorizada pela família de um homem de 47 anos, que estava internado no Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió. Apesar dos esforços da equipe multidisciplinar para salvar a vida do paciente, seu quadro clínico se agravou e ele evoluiu para morte encefálica, o que foi determinante para a doação dos órgãos.

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Com isso, o fígado salvou a vida do jovem sertanejo e dois outros alagoanos receberam as córneas. Já os dois rins do doador foram encaminhados para Pernambuco, onde foram transplantados em pacientes que apresentaram compatibilidade, segundo informou a coordenadora da Central de Transplantes de Alagoas, Daniela Ramos.

“Todo transplante é motivo de orgulho para nós, da Central de Transplantes de Alagoas, porque salvamos a vida de pessoas acometidas por doenças graves e que deixaram a fila de espera por um órgão, como o jovem de Poço das Trincheiras, que está bem, lúcido e, em plena recuperação. Atualmente temos 513 pessoas esperando por transplante, sendo 457 de córneas, 51 de rins, três de fígado e dois de coração.”, pontuou Daniela Ramos.

Processo Complexo
O processo de doação e transplante tem sido difícil para a Organização de Procura de Órgãos (OPO). A coordenadora Eleonora Carvalho ressalta que, apesar das incontáveis ações de informação, conscientização e sensibilização sobre a importância da doação de órgãos, ainda há quem não acredite no processo e não compreenda a importância do ato solidário para as centenas de pessoas que convivem com a esperança.

“É lamentável que ainda existam pessoas que não compreendem a importância do nosso serviço para a sociedade. Nós não trabalhamos com mortes, nós salvamos vidas! Nós acompanhamos os pacientes que a equipe médica nos notifica ou que identificamos na nossa busca diária como suspeito de morte encefálica. Suspeita não significa diagnóstico confirmado. A constatação da morte encefálica só é dada a partir de um protocolo que segue critérios precisos, padronizados e realizados em todo o território nacional”, enfatizou a coordenadora da OPO.

Os critérios para identificar a morte cerebral ou encefálica são rígidos, sendo necessários dois exames clínicos com intervalos que variam de acordo com a idade dos doadores, realizados por médicos diferentes. Quando constatada a morte encefálica, o óbito da pessoa é declarado, pois é compreendida a perda completa e irreversível das funções encefálicas cerebrais, definida pela cessação das funções corticais e do tronco encefálico ou tronco cerebral.

“Quando isso ocorre, a parada cardíaca é inevitável e, embora ainda haja batimentos cardíacos, a respiração não acontecerá sem ajuda de aparelhos, e o coração não baterá por mais de algumas poucas horas. Por isso, a morte encefálica caracteriza a morte de um indivíduo. Nesta situação, os órgãos e tecidos podem ser doados para transplante, mas apenas após o consentimento familiar”, explicou a coordenadora da Central de Transplantes de Alagoas, Daniela Ramos.

Como ser Doador
É nesse momento que é fundamental que tenhamos nos declarado doadores de órgãos, pois é a família que tem o poder de decisão, e saber desse último desejo faz a diferença. É uma ocasião difícil, de profunda dor e negação. Por isso, a OPO possui uma equipe multidisciplinar preparada para atuar nesse momento, cumprindo com a sua missão de dar o acolhimento e os esclarecimentos necessários aos familiares.

“A vida é uma caixinha de surpresas, pode ser que qualquer um de nós esteja na condição de doador ou na condição de entrar em uma fila de espera de um órgão. É preciso fazer várias reflexões, inclusive acerca do que podemos fazer para salvar vidas. Agradecemos imensamente a sabedoria da família do doador que está agindo com solidariedade”, acrescentou Daniela Ramos.

A Lei nº 9.434/2017, conhecida como a “Lei dos Transplantes”, estabelece que a doação de órgãos após a morte só pode ser realizada quando for constatada a morte encefálica. Quando o falecimento é consequência de parada cardiorrespiratória (coração parado), só pode ser realizada a doação de tecidos, como córnea, pele e ossos, por exemplo.

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