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Alagoas é destaque em semana de coletas de DNA de famílias de pessoas desaparecidas

Reprodução
O estado foi o quarto do nordeste em números absolutos de adesão à campanha nacional 

“Ele saiu pra uma festa e nunca mais voltou. Preciso de uma resposta para os filhos dele,” falou emocionado seu José Aparecido, pai de Edvaldo Sabino Fidelis de Moura, desaparecido há 3 anos. Em busca pelo irmão Plinio Lima de Aquino Filho desde dezembro de 1987, ou seja, há exatos 33 anos, dona Lusiê Lima também procurou o projeto. “Em todo canto que vou procuro por ele. Preciso fechar esse ciclo”, disse ela.

Esses foram alguns dos relatos de integrantes de famílias que forneceram material genético na semana nacional da campanha de coleta de DNA de familiares de pessoas desaparecidas realizada, pela primeira vez em todo o país, entre os dias 14 e 18 de junho. 

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Alagoas mais uma vez deu exemplo de mobilização entre os órgãos de segurança e a imprensa na orientação de profissionais de segurança pública, de saúde e de toda a sociedade para adesão da campanha na busca ativa das pessoas desaparecidas. De acordo com a Perícia Oficial, durante os cinco dias da campanha, os dois pontos de coleta atenderam 47 famílias e coletaram material genético de 52 familiares.

Rosana Coutinho, coordenadora do projeto em Alagoas e chefe do Laboratório Forense do Instituto de Criminalística, explicou que os perfis genéticos serão inseridos no Banco Nacional de Perfis Genéticos (BNPG) e, por meio dele, serão identificados possíveis vínculos genéticos entre os familiares e os corpos não identificados que deram entrada nos IMLs, bem como, pessoas desmemoriadas que serão cadastradas no banco.

“Cada um com sua história. Que nunca será esquecida! Queremos acalmar o coração dessas pessoas com a possibilidade de fechar esses ciclos e seguir adiante. Por isso agradecemos a participação de todos os envolvidos na realização da semana, peritos criminais, peritos médicos e odontolegistas, técnicos forenses e escrivães da polícia civil, e a imprensa alagoana na divulgação do projeto”, afirmou Rosana Coutinho.

Segundo a Secretaria Nacional de Segurança Pública, o Banco Nacional de Perfis Genéticos possui hoje 4.047 restos mortais não identificados e material genético de 3.145 parentes de pessoas desaparecidas.  A semana nacional foi desenvolvida para criar uma consciência coletiva do projeto que é permanente.

Ana Paula Nemésio, perita odontolegista do Instituto Médico Legal Estácio de Lima, em Maceió, explicou que em Alagoas, os dois pontos de coletas que funcionam no IML de Maceió e no IML de Arapiraca continuam funcionando. Basta, a família procurar uma dessas unidades com o boletim de ocorrência de desaparecimento da vítima.

“Foi uma semana intensa. Ouvimos e nos emocionamos com muitas histórias sem um desfecho. Esperamos que nosso trabalho ajude a mudar esta realidade para algumas destas famílias! E nós seguiremos em frente recebendo as famílias que tiverem parentes desaparecidos para contribuir da melhor forma possível, seja através da comparação de dados odontológicos, ou auxiliando a Genética Forense nas coletas de amostras biológicas.” Afirmou a perita odontolegista.

Por fim, o perito-geral da POAL, Manoel Melo, afirmou que não existe uma fórmula pronta para o sucesso, mas, quando ele ocorre, o envolvimento é ingrediente sempre presente. E destaca o envolvimento de todos os que fizeram essa ditosa semana acontecer.

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