Uma mulher, identificada como Sara Barbosa de Oliveira, foi presa no Estado de Roraima durante a Operação “Flashback”. Segundo o Grupo Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) do Ministério Público de Sergipe, ela seria a “geral” da facção do Primeiro Comando da Capital (PCC).
O PCC é conhecido por execuções sumárias de rivais ou inocentes, sequestros, tráfico de drogas e assaltos.
A operação originária em Alagoas parte para o enfrentamento ao PCC não com o propósito de apreender armas e drogas, mas de isolar os líderes da nova estrutura, que tem como caraterística a truculência no ‘tribunal do crime’, com mortes bárbaras pelo Brasil, inclusive em Alagoas, com maiores registros em Maceió e região Metropolitana.
De acordo com as investigações, o ‘tribunal do crime’ é formado pelos que detém maior poder ou funções privativas dentro da facção.
Uma das características do PCC é a frieza com a qual determinam a forma de execução das suas vítimas, incluindo jovens inocentes e membros da própria facção, tidos como desobedientes, quase sempre narrando para elas como será o passo a passo da morte. Durante as execuções, os criminosos costumam fazer contato com o líder que deu a sentença e transmitir, por meio de vídeos, para provocar ‘prazer’ e reforçar sua autoridade, bem como ganhar prestígio dentro da facção.
Segundo o promotor de Justiça Jarbas Adelino Santos Júnior, em entrevista coletiva, Sara comandava tudo. “Ela era considerada a líder da facção da ala feminina em Sergipe e era conhecida por ter uma atuação violenta, o que nos deixou surpresos, por ser muito jovem (22 anos). Tinha um salão de beleza em Boa Vista e aguardava o companheiro que estava prestes a sair da prisão. Em Sergipe, tinha residência no município de Japoatã”, frisou.
De acordo com o coordenador do Gaeco do MP/SE, Fábio Mangueira, as investigações continuam. “Ainda estamos atuando em conjunto com o Gaeco do MP de Alagoas. As medidas cautelares estão sendo expedidas pela 17ª Vara Criminal de Maceió. Estamos mapeando e acompanhando a facção para neutralizar a atuação”, destacou.
Balanço Operação “Flashback”
– Coordenada nacionalmente pelo Grupo Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) do Ministério Público de Alagoas;
– Participação do Gaecos dos MPs: Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, São Paulo, Tocantins, Sergipe e Roraima;
– Foram expedidos 110 mandados, entre eles busca, apreensão e prisão. Deste total, 66 mandados de prisão só no Estado de Alagoas;
– 83 pessoas presas.
Em Sergipe
– Operação foi deflagrada nos municípios: Simão Dias, Itabaiana, Aracaju, Malhada dos Bois e no Complexo Penitenciário Dr. Manoel Carvalho Neto (Copemcan), em São Cristóvão;
– Foram expedidos 05 mandados de prisão;
– 03 pessoas presas;
– Um dos alvos – conhecido como “Coringa” – resistiu à ação policial, foi atingido em confronto, levado ao Hospital do município de Lagarto, mas morreu.
– Foram apreendidos 07 aparelhos celulares e 02 balanças de pesagem de drogas no Copemcan.