A suposta adolescente de 12 anos que alegou ter fugido para Jundiaí (SP) porque era explorada em uma casa de prostituição em Fortaleza (CE) foi identificada pela Polícia Civil como uma golpista de 34 anos.
A informação foi divulgada nesta terça-feira (6) pela Delegacia de Defesa da Mulher de Jundiaí. Segundo a polícia, as equipes descobriram que a mulher se passava por uma adolescente vítima de abuso sexual para comover as pessoas em troca de abrigo, roupas e alimentação.
Segundo o delegado da DDM, Marcel Fehr, a mulher viajava o país para aplicar golpes. Ela fazia isso há mais de 10 anos em vários estados do país; como Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais e Rio Grande do Norte.
Investigação
O caso começou a ser investigado em Jundiaí em agosto, depois que a suposta vítima denunciou o caso à polícia. Segundo a DDM, ela disse que, em Fortaleza, era mantida em cárcere privado e submetida à prostituição desde a infância, além de ser forçada a tomar injeções de hormônios.
Na versão contada pela “jovem” à polícia, ela fugiu para Jundiaí de carona com um caminhoneiro que era cliente da casa de prostituição. Ela contou que chegou na cidade e fez um “programa” em troca de abrigo.
Durate as investigações, a “jovem” foi acolhida pela Casa Transitória de Jundiaí e, depois, pelo CAPS infanto-juvenil. Ela passou por exames que constataram a idade óssea dela era compatível com uma mulher de 18 anos ou mais.
Além disso, a polícia afirmou que a “adolescente” apresentava “raciocínio incompatível com uma pessoa de 12 anos de idade, que teria vivido uma vida inteira em cárcere privado”.
Descoberta
A identidade correta da suposta vítima só foi revelada depois que polícia localizou uma ocorrência divulgada por uma matéria jornalística há 12 anos, na qual uma jovem de 13 anos relatava sofrer as mesmas violências que a “adolescente” em Jundiaí.
A partir disso, a delegacia consultou o hospital onde a jovem passou por atendimento na época, em Natal (RN), e descobriu, através de fotos, que se tratava da mesma pessoa. Portanto, ela foi identificada como uma mulher de 34 anos, de nome diferente do relatado à polícia.
“Ela confessou que tinha o costume de fazer isso, porque, há doze anos, quando o fez pela primeira vez, as pessoas se comoveram e a ajudaram com comida, abrigo, roupas, alimentação, remédios, dinheiro”, informou a Polícia Civil.
A mulher foi indiciada pelo crime de falsidade ideológica e, segundo a polícia, não está mais em Jundiaí. O caso será encaminhado para o Ministério Público e ao Poder Judiciário para as demais providências.