A 8ª Vara Criminal da capital iniciou, na manhã desta terça-feira (18), o júri de Sinval José Alves, Irlan Almeida de Jesus e Denisvaldo Bezerra da Silva Filho, no Fórum do Barro Duro. Os réus são acusados pelo homicídio de José Fernando Cabral de Lima, em uma casa de câmbio, em Maceió, em 3 de abril de 2018. O julgamento, conduzido pelo juiz Braga Neto, tem 17 testemunhas e poderá se estender por mais de um dia.
Braga Neto explicou por que o julgamento pode ser longo. “São três réus, várias testemunhas, além de algumas diligências que poderão ser realizadas, perícias que poderão ser ratificadas, isso tudo demanda tempo. Reservei dois dias para esse julgamento e espero que a gente termine no tempo previsto”.
O Ministério Público e o advogado de acusação esperam uma pena em torno de 30 anos para cada réu, por se tratar de um homicídio qualificado. Conforme o advogado Tiago Pinheiro, o crime gerou perplexidade social e é esperada a condenação dos três envolvidos.
“O mandante era sócio da vítima e matou por ganância e ambição. Esperamos que o júri condene Sinval e os que, mediante pagamento, tiraram a vida de Fernando. Esperamos a condenação e também a indenização por danos morais e materiais em favor da família da vítima”, explicou.
A defesa de Sinval alega que não havia sociedade de fato entre o réu e a vítima, bem como que não havia dívida entre eles, como alegam testemunhas, e sim um empréstimo. “Estamos muito confiantes que o júri acertadamente conseguirá a absolvição de Sinval junto à quantidade de provas que temos”, relatou Diego Mousinho, advogado de defesa.
A defesa de Irlan e Denisvaldo afirma que a inocência dos dois será provada. “As imagens de câmeras de segurança são bem claras. Nada comprova nos autos que ele participou dessa empreitada criminosa”, sustentou Eraldo Lino, advogado de Denisvaldo.
O caso
De acordo com os autos, Sinval e José Fernando eram sócios em um escritório de advocacia. Uma reunião entre eles ocorreria em uma casa de câmbio, no bairro de Ponta Verde. Logo após a chegada de Fernando ao local, dois homens renderam o funcionário do estabelecimento e anunciaram um assalto.
Na ocasião, os assaltantes ordenaram que todos ficassem de joelhos e com as mãos na cabeça, momento em que efetuaram dois disparos de arma de fogo na cabeça de Fernando.
Segundo testemunhas, o réu Sinval devia R$ 600 mil à vítima, e por isso contratou Irlan e Denisvaldo para assassinar José Fernando, simulando um assalto.