Em meio à pandemia da doença de coronavírus, acontecerão as Eleições 2020. Brasileiros de mais de cinco mil municípios irão às urnas eleger prefeito e vereadores de cada municipalidade. Com a drástica redução da campanha eleitoral de 90 (noventa) para 45 (quarenta e cinco) dias, o anúncio de pré-candidaturas torna-se medida corriqueira e cada vez mais intensa durante os meses que antecedem a eleição propriamente dita, a ocorrer no dia 15 de novembro.
Bom seria, eticamente falando, que cada pré-candidato fosse indagado sobre algumas questões de extrema simplicidade e, nesse enredo, sentissem-se provocados a fazer uma autorreflexão: 1) O senhor tem um histórico profissional ou faz da política um meio de sustento próprio?; 2) Qual a sua formação acadêmica?; 3) Quais suas limitações técnicas e humanas e como elas serão superadas?; 4) Relate o rol de prioridades que pretende adotar durante o exercício do mandato pretendido.
Reputo importantes essas perguntas, não, tanto, pelas respostas que possam ser dadas, mas pelas reflexões que podem oportunizar aos pré-candidatos.
Os cargos eletivos não são empregos quaisquer, não é uma meio de vida para sustento de quem se vê sem experiências profissionais. Alguns confundem tomar posse NOS cargos públicos com tomar posse DOS cargos públicos, como já leciona o Carlos Ayres Britto, ministro aposentado do STF.
Essas quatro perguntas tornam-se ainda mais importantes para quem já exerce algum cargo eletivo. Interessa-nos, enquanto eleitores, indagar qual missão o pré-candidato quer cumprir nos próximos anos e perguntar por que já não a cumpriu na oportunidade que já teve.
As eleições são periódicas e acontecem, em regra, a cada quatro anos, em razão da imperiosa necessidade de alternância do poder, afinal. Entristece-me ouvir as décadas que um pré-candidato ou seus familiares já tenham sido eleitos como sendo a maior justificativa para se reapresentarem a uma nova corrida eleitoral.
As pessoas querem saber outros dados. Os eleitores brasileiros merecem respostas objetivas, claras, propositivas. Para ser vereador ou prefeito, já não se basta a mera vontade de ser eleito(a).