Aposto! Todos que leem esse texto já ouviram falar, em seu município, pelo menos por dezenas de vezes, na importância e, não somente nela, mas também na garantia de implantação de uma gestão participativa. Promessas de que haveria mecanismos para ouvir e, possivelmente, sanar os reclamos populares. Todos já ouvimos essa balela.
Cumpre esclarecer, antes que seja tarde, que, entendo, aqui, como gestão participativa, toda aquela que envolve a participação da sociedade, das pessoas comuns, na elaboração, discussão, implementação e avaliação de ações de determinado órgão.
Estamos em um momento de crise em que a hipocrisia é tanta a ponto de que os poderosos chefões esquecer-se de fazer sequer um fingimento mínimo. Na pior das hipóteses – imaginava o eleitor – ao menos os seus votantes seriam ouvidos após iniciada a gestão. Engano dos grandes. Em plena crise econômica, os ouvidos se tapam, as ausências se alastram e, ao que parece, ganha forte sentido o ditado de que “farinha pouca, meu pirão primeiro”. Fecham-se em suas cúpulas, não ouvem os clamores e salve-se quem puder.
É justo que, em pleno aprofundamento das crises, os governantes não propiciarem a gestão participativa?
Por que a sociedade não é ouvida sobre quais prioridades devem ser elencadas para cada órgão?
Por que a hipocrisia é tanta a ponto de não evitar que, quem, hoje, toma tais atitudes, possa, amanhã, prometer aquilo que não tomou a responsabilidade em cumprir?
Até quando?