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A crise retorna na quarta-feira de cinzas

Brasileiros de todas as cores, orientações sexuais e político-partidárias, de diferentes classes sociais, governados e governantes, grande parcela dos brasileiros encontra-se, enfim, desde a última sexta-feira, mergulhados numa das maiores festas populares do mundo.

É Carnaval. E ser Carnaval já diz muito, já gasta muito – dinheiro (público, principalmente), energia corporal e, às vezes, até a paciência –, dissuadindo mentes e corações para esquecer todo e qualquer problema.

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Em meio à farra carnavalesca, não custa avisar: a crise retorna na quarta-feira de cinzas. Se bem que algumas pessoas já fazem de conta que a crise econômica acabou desde que Dilma foi arrancada do cargo, o que nos leva a crer, piamente, na existência de uma crise de dimensões mais amplas: uma crise de valores.

Também devo participar dessa grande festa, nunca com tamanha cautela, já que as reflexões que faço sobre os gastos e prioridades não me recompõem tão automaticamente. Comemorando ou não, um colorido-Carnaval não deve ser autossuficiente para pintar nossos grandes problemas sociais. Por isso, são lindas de se ver as manifestações políticas em meio à folia.

A crise, ora defunta, deve ter sua ressureição na próxima quarta-feira pós-Carnaval. Os efeitos dela, porém, só incidem drasticamente sob os mais necessitados e os serviços que lhes são negados. Quem duvida?

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