Você é do tipo de pessoa que toma um ou dois banhos todos os dias da semana? Pois saiba que provavelmente você está se lavando muito mais do que o necessário. Apesar de não existirem muitos estudos sobre a frequência que você deve se banhar, banhos regulares são prejudiciais para a sua saúde, seu cheiro e até mesmo para o equilíbrio da vida em seu corpo.
Ao utilizarmos xampus, sabonetes e outros apetrechos para lavarmos o corpo, estamos diretamente afetando um sistema complexo que ainda não entendemos inteiramente: o microbioma humano. Portanto, vamos discutir um pouco mais sobre o que fazer nessas situações.
A importância do microbioma
O microbioma nada mais é do que uma coleção de bactérias, arqueas, vírus e outros micróbios que vivem sob e sobre a nossa pele. Por mais estranho que pareça, essas pequenas criaturas são essenciais para a saúde humana. Sem elas, o sistema imune, digestivo e até mesmo cardíaco teria função comprometida ou falharia completamente.
Evidências científicas indiretas encontradas em estudos realizados pelo mundo sugerem que os banhos danificam o microbioma de sua pele, o que por sua vez prejudicaria a saúde do seu corpo. Nas comunidades ocidentais, onde os banhos se fazem mais frequentes, as pessoas apresentam microbiomas muito menos complexos e robustos.
Um estudo norte-americano feito com membros da aldeia Yanomami na Amazônia descobriu que a pele, boca e fezes dos indígenas hospedavam o mais rico complemento de bactérias em qualquer população humana examinada até aquele ponto – um complemento que incluía espécies com resistência antibiótica, apesar de nenhum terem tido contato conhecido com antibióticos.
Banhos excessivos
Ao que se sabe, um banho utilizando xampu e sabonete pode ser responsável por remover boa parte do complemento de saúde oferecido pelo microbioma. A oleosidade da pele é outra que vai embora durante esse processo — o que costuma ser substituído pela indústria de cosméticos por meio de condicionadores e hidratantes.
Portanto, existem bons motivos para acreditar que o surgimento de acnes, por exemplo, seja decorrente das alterações causadas ao microbioma original de uma pessoa. Então, devemos aceitar o fedor e continuar uma vida sem dano para permanecermos saudáveis? Não necessariamente.
Como nenhum experimento conseguiu reunir pessoas dispostas a passarem tanto tempo sem tomar banho para realizar maiores análises, não há dados concretos sobre esse caso. Sendo assim, o ideal por agora seria tentar reduzir os banhos para quantidades mais moderadas e métodos que agridam menos a pele.