Polícia Federal deflagra operação em Alagoas

Os contratos em análise somam R$ 600 mil e os desvios, até o momento, somariam R$ 250 mil reais

Por: Ascom PF/AL  Data: 17/06/2021 às 08:24
Os contratos em análise somam R$ 600 mil e os desvios, até o momento, somariam R$ 250 mil reais

A Polícia Federal em Alagoas, em conjunto com a Controladoria-Geral da União e o Ministério Público Federal, deflagrou na manhã desta quinta-feira (17), a Operação Sufocamento visando desmantelar um grupo criminoso que atuou nas simulações de dois procedimentos de dispensa de licitação no município de Girau do Ponciano e desvios de recursos públicos oriundos do Governo Federal destinados ao enfrentamento da pandemia de COVID19.

A investigação comprovou que o grupo criminoso simulou dois processos de dispensa de licitação para o fornecimento de uma central de gases e respiradores mecânicos para tratamento de pacientes com Covid-19 no Hospital de Campanha de Girau do Ponciano, nos quais foram contratadas duas empresas sediadas no Rio de Janeiro.

Os policiais federais averiguaram que uma das empresas contratadas sequer atuaria no ramo de comercialização de central de gases, sendo, em verdade um comércio de materiais de construção (blocos cimentícios).

Além disso, a investigação constatou inúmeras outras ilegalidades, tais como ausência de cotações de preços nos procedimentos, propostas de preços simuladas, superfaturamento nas aquisições, notas fiscais graciosas, utilização de “laranja” na constituição da pessoa jurídica, fornecimento de respiradores obsoletos, dentre outras.

Vale destacar que o município de Girau do Ponciano recebeu no ano de 2020 o valor de R$ 9.508.040,52 mil do Governo Federal para ações de enfrentamento ao novo coronavírus.

De acordo com a investigação, há robustos indícios da ocorrência dos crimes de desvios de recursos públicos federais (art. 1º, I, do Dec.-Lei n. 201/67), ilícitas dispensas de licitações (art. 89 da Lei 8.666/93 c/c art. 337E, do CPB) e lavagem de dinheiro (art. 1º, da Lei 9613/98), cujas penas máximas somadas totalizam 27 anos de prisão.

Estão envolvidos na Operação mais de 80 policiais federais e auditores da Controladoria Geral da União, que dão cumprimento simultâneo a 19 (dezenove) Mandados de Busca e Apreensão nos municípios de Maceió/AL (3), Girau do Ponciano/AL (5), Arapiraca/AL (3), Campo Grande/AL (1), Rio de Janeiro/RJ (4), Belford Roxo/RJ (1) e Alegre/ES (2).

Além dos mandados de busca e apreensão, o Poder Judiciário determinou o sequestro de bens móveis e imóveis, inclusive veículos automotores e valores porventura depositados em qualquer instituição financeira, a que título for, de algumas das pessoas físicas e jurídicas investigadas; da mesma forma, decretou a proibição de acesso ou frequência a todo e qualquer órgão público da Administração Municipal de Girau do Ponciano; proibição de manter contato entre si, bem como os demais investigados nestes autos e pessoas que porventura atuem como testemunha na investigação; e a suspensão do exercício de toda e qualquer função pública na Administração Municipal de Girau do Ponciano.

A investigação tramita no Tribunal Regional Federal da 5ª Região em virtude do foro por prerrogativa de função de um dos investigados.

Seguindo todos os protocolos de cuidados do Ministério da Saúde em face da pandemia do Covid-19, a Polícia Federal continua trabalhando.

Não haverá coletiva de imprensa; o atendimento, contudo, será individualizado mediante agendamento do veículo de comunicação diretamente com a Comunicação Social da Polícia Federal em Alagoas pelos telefones 82.99327.7671 ou 82.3216-6723.

O nome da Operação (Sufocamento) faz alusão tanto ao efeito devastador provocado pela COVID19 nos doentes, como ao objetivo pretendido pela investigação de reprimir a atuação dos membros do grupo criminoso que estariam dilapidando recursos públicos federais destinados ao tratamento da população de Girau do Ponciano/AL.