Pastor evangélico é acusado de abuso sexual por fiéis

Em torno de 12 mulheres já prestaram depoimentos contra o religioso na Delegacia de Crimes Contra a Mulher

Por: iG  Data: 04/02/2021 às 10:20
Em torno de 12 mulheres já prestaram depoimentos contra o religioso na Delegacia de Crimes Contra a Mulher

O pastor evangélico Jeremias Barroso, da igreja Getsêmani e uma das principais lideranças religiosas do estado do Amapá , foi acusado de abuso sexual por mais de 12 mulheres. As informações foram apuradas pelo Uol Universa. 

Na Delegacia de Crimes Contra a Mulher ( DCCM ), do Macapá, foi instaurado um inquérito que contem com mais de 12 relatos de vítimas que sofreram algum tipo de violação sexual do pastor. O caso corria em segredo de Justiça desde do segundo semestre de 2020 e encaminhado para o Ministério Público do estado neste ano.

Barroso ficou conhecido por ser o fundador da congregação Igreja Getsêmani, em Macapá e por organizar a “ Marcha para Jesus ”, que reunia cerca de 100 mil pessoas nas ruas do estado todos os anos. A apuração teve seu início em julho de 2020, após uma das vítimas contar paras as outras mulheres da igreja situações que aconteceram envolvendo o religioso. Com isso, descobriu que várias mulheres passaram por acontecimentos semelhantes e todas passaram a ser representadas pelo mesmo advogado. 

De acordo com o depoimento de uma das vítimas, Barroso usava sua influência no âmbito religioso para cometer os abusos. “Por volta de 0h, ele sugeriu por mensagem que poderia me pegar em casa e me levar pra tomar um banho. Eu recusei. Ele falou ‘então vamos ao banheiro da igreja’ e eu também disse que não. O pastor insistiu: ‘Preciso orar em você, algo muito grave pode acontecer e precisa estar limpa’”, conta vítima que logo em seguida, parou de frequentar a igreja. 

Baseado nos relatos das vítimas, o pastor utilizava um padrão no modo de agir. Usava sua reputação religiosa para realizar seus assédios e usava seu gabinete para cometer tais atos. 

Segundo o relato de outra vítima, ela já chegou a ser convidada para ir até a sala do religioso com sua irmã, mas ele exigiu de que ficasse sozinho com ela na sala. Barroso em seguida, insistiu para que a vítima participasse de uma oração para retirar o que ele caracterizou como “demônio”. 

“Ele começou a me perguntar se eu estava namorando, se tinha tido relação sexual com alguém. Respondi, mesmo que desconfortável. Então, o Jeremias disse que precisava fazer uma oração por mim, pois estava possuída pelo demônio da pomba-gira e que durante o ato de santificação, eu deveria me tocar no peito e partes íntimas”, relata.  

“Ele pediu pra eu me soltar, parar de ter vergonha, caso contrário não seria libertada do demônio. Como não teve sucesso, pediu pra pegar na mão dele e colocar nas minhas partes íntimas. Achei estranho e a coloquei na minha barriga. Foi quando ele tentou descer e não deixei. Depois de terminar, o pastor afirmou que não podia namorar com ninguém porque eu era dele. Saí daquela sala horrorizada, com vergonha e nojo. Não consegui contar a ninguém “, declarou ela, que foi encorajada por outras vítimas a contar os relatos. 

Uma das frequentadoras recebeu um vídeo em que o religioso estaria se masturbando. Outra recebia mensagens pelas redes sociais perguntando as cores de suas roupas íntimas.