Rodolfo Landim, enfim, falou. Deixando o monólogo de lado, o presidente do Flamengo concedeu uma longa entrevista aos veículos da imprensa, após 16 dias de silêncio e do agravamento na negociação com as famílias dos dez garotos mortos no incêndio no Ninho do Urubu.
Landim afirmou que o valor da indenização às vítimas é o dobro da acertada pela Justiça em situações similares e criticou a postura de advogados que, segundo o presidente, são responsáveis por criar o clima de revolta dos familiares.
– A situação atual é extremamente complexa e dificilmente se chegará a um consenso. Estamos falando de vidas perdidas, e não de danos materiais facilmente mensuráveis.
A questão agora é como o clube conseguirá chegar a um equilíbrio entre o justo e o possível, algo que já é subjetivo diante de uma situação como essa.
O ponto mais crítico da entrevista foi quando Landim disse não ter dúvida de que foi uma fatalidade. Há, sim, muitas dúvidas sobre o incêndio e as condições dos alojamentos onde estavam os garotos das categorias de base.
O Flamengo precisa a todo momento reiterar seu compromisso com as investigações e não reforçar os lamentos como se nada pudesse ter sido feito anteriormente para evitar a tragédia.
Nunca é demais repetir o óbvio: as vítimas de verdade estão agora do lado de fora do clube.