“Qualquer romance é social. Mesmo a literatura ‘torre de marfim’ é trabalho social, porque só o fato de procurar afastar os outros problemas é luta social”. Graciliano Ramos
Alagoas é um estado rico em belezas naturais, mas tem outras riquezas que precisam ser elencadas, aqui queremos destacar a riqueza de escritores como Graciliano Ramos, que nasceu em Quebrangulo, interior de Alagoas em 27 de outubro de 1892. Ramos foi romancista, cronista, jornalista e político. Deixou um legado muito importante para nosso estado através de suas obras que tinham um aspecto regional muito forte.
O autor começou sua vida literária cedo, aos 11 anos já tinha publicado seu primeiro conto: “O Pequeno Pedinte” em um jornal da escola intitulado como “O Dilúculo”. Ramos, foi um jovem além do seu tempo, o que favoreceu que ele tivesse possibilidade de escrever o seu conto tão cedo, é que, por ter vindo de uma família mais abastada, sua única preocupação era lidar com os estudos.
Sabemos que essa realidade não se aplica a maior parte da população alagoana, uma vez que muitas crianças, jovens e adultos não tiveram ou não tem acesso à educação.
Porém, Ramos nessa condição de privilegiado teve oportunidade de estudar em um internato de Viçosa e viver em várias cidades do Nordeste e do Sudeste. No Sudeste, viveu no Rio de Janeiro, onde foi revisor de jornais.
Teve uma carreira política, a partir da década de 30, foi prefeito de Palmeira dos índios, em Alagoas, sua carreira política foi deixada 2 anos depois por sua renúncia, porém continuou em cargos públicos, ligados à educação.
Graciliano fez parte da 2ª fase do modernismo, (movimento artístico do final da segunda década do século XX, que provocou profundas mudanças em manifestações artísticas, como na literatura). O autor alagoano escreveu várias obras, romances, contos e poemas que marcaram sua trajetória literária, a obra mais conhecida do autor, é Vidas Secas de 1933.
Há outras obras que tiveram bastante destaque como: Caetés (1933), São Bernardo (1934) , Angústia (1936), A Terra dos Meninos Pelados (1939), Brandão Entre o Mar e o Amor (1942), Histórias de Alexandre (1944), Infância (1945) , Histórias incompletas (1946) e Insônia (1947).
Várias de suas obras ganharam espaço no cinema tais como: Vidas Secas, São Bernardo e Memórias do Cárcere. O próprio autor ganhou um documentário dirigido por Sylvio Back (2014).
Graciliano morreu em março de 1953, e teve obras póstumas, como: 1953 –Memórias do cárcere (memórias), 1954 – Viagem (crônicas), 1962 – Linhas tortas (crônicas), 1962 – Alexandre e outros heróis (infantil), 1962 – Viventes das Alagoas (crônicas, ensaios e textos ficcionais), 1980 –Cartas (correspondência), 1992 – Cartas de amor a Heloísa (correspondência), 2012 – Garranchos (crônicas, artigos, discursos e textos inéditos), 2014 – Cangaços (crônicas e outros textos inéditos), 2014 – Conversas (entrevistas).
As obras de Graciliano têm como palco central o sertão nordestino, expondo as mazelas da seca e da fome, foram obras que denunciavam os problemas sociais. Graciliano foi um poeta que marcou a história da literatura alagoana, nordestina e do Brasil, não deixe de ter acesso as obras desse autor tão importante para o território nordestino.
Estudar é tão revolucionário, que muitas vezes somos impedidos(as) de termos acesso a uma boa educação. É por isso que o @escrevenordeste quer incentivar vocês a conhecerem um pouco do legado de autoras e autores do Nordeste, para você se inspirar e ir além. (Raqueline da S. Santos).
Referências: Proenem / Todamatéria / Revista Galileu / Ebiografia