Atleta promete dedicação máxima para disputar os Jogos pela quarta vez
A medalha de ouro paralímpica conquistada em Londres, em 2012, é a mais valiosa das cinco que o alagoano Yohansson Nascimento colocou no pescoço.
Com o adiamento dos Jogos, ele agora pensa na edição de Tóquio, em 2021. Yohansson faz parte da classe T46, composta por amputados nos membros superiores.
Em entrevista ao GloboEsporte.com, Yohansson revelou uma certa frustração com o adiamento dos Jogos Paralímpicos.
– É um caso bem excepcional. Eu já vinha me preparando desde o ano passado para essa que seria minha quarta paralimpíada. Eu já tenho índice, então vinha num ritmo de treino muito forte, vinha confiante. No ano, no Parapanamericano, eu consegui a prata nos 100m; no Mundial, eu consegui o bronze nos 100m fazendo a melhor marca da minha vida. Então eu estava com uma expectativa muito boa em relação aos jogos. O sonho não foi cancelado, foi adiado.
O alagoano disse que o momento exige uma adaptação rápida.
– Eu tenho agora que me acostumar com essa situação que vou ter que começar minha preparação para os Jogos praticamente do zero. Vou retomar um trabalho de base, fazer um novo trabalho de força, pra recuperar tudo que eu perdi nesses quase três meses que estamos parados, não totalmente, mas se fazer uma atividade intensa como fazemos no alto rendimento – comentou Yohansson.
Apesar do adiamento dos jogos, Yohansson é otimista e consegue ver o lado bom da situação.
– Foi ruim porque tive minha preparação praticamente jogada fora. Por outro lado, foi adiado para um prazo bem maior, será no próximo ano, então eu tenho como readequar essa minha condição física e me preparar para esse novo calendário. O ruim seria se tivesse sido adiado para o final do ano, aí eu teria ficado parado por muito tempo e não teria tempo hábil para chegar ao meu condicionamento físico perfeito.
Com 32 anos, Yohansson não vê a idade como um fator decisivo nos resultados. E avisou que vai para Tóquio buscar o lugar mais alto do pódio.
– Hoje eu sei o que fazer para chegar na minha melhor forma, nesse caso a idade até me ajuda, com experiência e pra saber o que fazer nesse momento. Então vou me preparar, eu sempre entro na pista pra ganhar, pra chegar no lugar mais alto do pódio.
Yohansson disse sentir orgulho da própria história.
– Eu me sinto bem feliz e lisonjeado por poder contar uma história bonita e vitoriosa que começou lá em 2005, com o convite da minha ex-treinadora. São conquistas que inspiram atletas olímpicos e paralímpicos. Um atleta que com condições adversas conseguiu vencer e representar uma nação… Eu fico muito feliz com essa história.
O alagoano tem seis medalhas paralímpicas: duas conquistadas em Pequim, duas em Londres e duas no Rio, em 2016.