Decisão já era esperada pelos economistas, mesmo que desde as últimas reuniões os indicadores da atividade econômica tenham mostrado sinais de desaceleração

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil decidiu, nesta quarta-feira (5), manter a taxa básica de juros da economia em 15%, o maior patamar em quase 20 anos. A decisão, que acontece pela terceira vez no ano, já era esperada pelos economistas do mercado financeiros, mesmo que desde as últimas reuniões – ocorrida em julho e setembro – os indicadores da atividade econômica tenham mostrado sinais de desaceleração, perda de tração do crédito e o recuo da inflação, o que reflete o impacto da política de juros sobre a economia.
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Copom mantém Taxa Selic a 15% pela terceira vez no ano
O Copom se reúne a cada 45 dias. No primeiro dia, são feitas apresentações técnicas sobre a evolução e as perspectivas das economias brasileira e mundial e o comportamento do mercado financeiro. Já no o segundo, os membros do Copom, formado pela diretoria do BC, analisam as possibilidades e definem a Selic.
Apesar da desaceleração da inflação, alguns preços, como o da energia, seguem pressimando o Copom. Contudo, a incógnita da própria inflação também interfere na decisão, isso porque o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) ficou em apenas 0,18% em outubro e acumula 4,94% em 12 meses. O IPCA referente aos 31 dias de outubro só será divulgado no próximo dia 11.
Desde setembro de 2024, a taxa Selic já foi elevada sete vezes seguidas, e na ata da última reunião, em setembro, o Copom informou que a Selic será mantida em 15% ao ano por tempo prolongado. Eles citam a conjuntura econômica dos Estados Unidos e as tarifas impostas ao país como uma das principais razões de ‘maior impacto’

A Selic a 15% ao ano é o maior nível desde julho de 2006, quando estava em 15,25%, e os especialistas do mercado financeiro acreditam que os cortes de juros só devem acontecer a partir de janeiro de 2026. Segundo a edição mais recente do boletim Focus, pesquisa semanal com analistas de mercado, a taxa básica deve ser mantida em 15% ao ano até o fim de 2025 ou início de 2026.
Adriana Melo, CFO da SAS Brasil e mentora financeira, conectando estratégia, comportamento e propósito na forma de lidar com dinheiro, explicou que a decisão do Copom”fez questão de destacar em alto e bom som que não está com pressa de mudar isso”, e o “Banco Central reconheceu que os riscos para a inflação seguem mais elevados que o usual, tanto para cima quanto para baixo”, e que o cenário de tarifas americanas e incerteza fiscal pede cautela.
Com base no comunicado do Copom, Melo acrescenta que o BC vai seguir cauteloso, porque a política monetária ainda é a única âncora de credibilidade que o país tem, e que existiriam dois possíveis caminhos, o ‘hawkish’, que seria manter os juros altos por mais tempo para domar a inflação e proteger o câmbio, ou o ‘dovish’ que seria abrir espaço para cortes antes de 2026, caso a atividade esfrie e o dólar alivie.
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