Réu também teve pena de dois anos e quatro meses de detenção aplicada por fraude processual

O Tribunal do Júri da 8ª Vara Criminal da Capital condenou, nesta quinta-feira (18), Matheus Soares Omena dos Santos a 50 anos de reclusão em regime inicialmente fechado, pelo assassinato do próprio filho, o menino Anthony Levy, de apenas quatro anos.
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Pai que envenenou filho de 4 anos é condenado a 50 anos de prisão em Alagoas
A sessão foi conduzida pelo juiz José Eduardo Nobre Carlos, titular da 8ª Vara. O réu também teve pena de dois anos e quatro meses de detenção aplicada por fraude processual. O crime ocorreu em maio de 2024.
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Segundo as investigações, o réu planejou o crime durante mais de uma semana, como forma de vingança contra a mãe da criança, sua ex-companheira.
Matheus confessou ter misturado o pesticida popularmente conhecido como "chumbinho" ao mingau do filho, pouco antes de levá-lo ao Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Paulo Freire, no bairro São Jorge, em Maceió.
Câmeras de segurança registraram o momento em que ele descartou o frasco com o veneno na creche, em uma área de circulação de crianças. Segundo o Ministério Público, a intenção era atribuir a responsabilidade da morte à administração da creche.

A substância letal foi adquirida ilegalmente por R$ 13,00 em uma feira no bairro do Jacintinho, cinco dias antes do crime. O laudo pericial confirmou que o veneno encontrado no frasco descartado foi o causador da morte. A vítima apresentou sintomas graves, como convulsões e falência respiratória, vindo a óbito horas depois.
A mãe da criança, Ingrid Nathally Nascimento da Silva, esteve presente ao julgamento e se emocionou durante o depoimento. “Meu filho foi traído por alguém que ele amava. É uma dor que nunca vai passar, o vazio sempre vai estar aqui presente”, declarou.
Durante o julgamento, o promotor de Justiça Flávio Gomes destacou a crueldade do crime e a quebra do dever de proteção paterna.

“O pai deveria estar protegendo, guardando, zelando. O Anthony morreu com quatro anos de idade, de forma agonizante, após ingerir metade de um frasco de chumbinho. Em 30 anos de atuação, nunca vi um crime tão cruel e perverso quanto este”, afirmou o promotor.
A defesa técnica foi realizada pela Defensoria Pública do Estado, representada pelo defensor Heraldo Silveira. Ele reforçou a importância do direito à defesa mesmo em casos de confissão.
“Nosso trabalho é de garantir uma atuação profissional e honrada, mesmo diante de uma situação tão bárbara”, ressaltou Silveira.
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