Um vídeo que mostra o estouro de uma coxinha viralizou no Brasil nesta semana. Fenômenos de explosão e criação de faíscas inesperadas podem acontecer em alimentos aquecidos no micro-ondas.

Uma das primeiras regras de cozinha que todo mundo aprende é nunca colocar no micro-ondas itens metálicos, como formas e talheres. A razão para isso é que os campos eletromagnéticos do aparelho podem interagir com os materiais condutores e criar corrente elétricas, capazes de causar faíscas e até explosões. Mas você sabia que alguns alimentos, quando aquecidos, podem ter uma reação semelhante?

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3 alimentos que podem explodir (ou criar faíscas) se aquecidos no micro-ondas

Por mais estranha que possa soar a ideia de comida criando fagulhas ou estourando espontaneamente, trata-se de um fenômeno real, que, vira e mexe, surpreende todo mundo nas redes sociais. Nesta semana, viralizou um vídeo de um homem que, logo após morder sua coxinha, foi atingido pela explosão do salgado. Veja abaixo:

Assista o vídeo: https://twitter.com/portoalegre24h/status/1869201753079492619

No registro, capturado por uma câmera de segurança do bar, é possível observar que o alimento explode bem na boca do cliente. Partes do seu recheio e da massa voaram tanto em direção ao rosto e ao corpo do homem quanto do funcionário do estabelecimento, bem como para o chão e o teto. Ainda fica claro nas imagens a grande quantidade de vapor que saiu do salgado.

Como explicou a bioquímica e divulgadora científica Laura Marise, uma das autora da página do Instagram Nuncavi1cientista, a explosão do alimento pode ter sido ocasionada pela formação de um bolsão de ar durante o preparo do produto. Na hora de fechar a coxinha, ela pode ter sido moldada de forma que permitiu que uma pequena quantidade de ar ficasse presa entre o recheio e a massa.

Esse ar, ao ser aquecido durante a fritura, pode ter se expandido e aumentado a pressão interna. Contudo, como a massa é bastante forte, ela não foi capaz de se aliviar sozinha e ficou presa ali dentro até a mordida do homem, quando a pressão foi liberada de forma abrupta.

No entanto, não são apenas os pratos massudos que podem oferecer tais riscos de acidentes domésticos. Conheça outros exemplos:

Ovos
Outro grande exemplo de “bomba caseira” preparada no micro-ondas é o ovo cozido. Um estudo de 2017 calculou que, a cada três ovos cozidos reaquecidos no aparelho, pelo menos um deles irá explodir. Isso acontece razão da formação de bolsões de água na gema durante a exposição à radiação. Em caso de contato com a pele, a explosão pode causar queimaduras. Ou uma baita bagunça na cozinha, como no caso da jovem deste vídeo aqui.

3 alimentos que podem explodir (ou criar faíscas) se aquecidos no micro-ondas

Quando esses reservatórios líquidos entram em contato com os talheres ou mesmo com os dentes humanos, eles adquirem a energia necessária para entrar em ebulição. Por isso, se o seu ovo cozido tiver esfriado, recomendamos fortemente que você o esquente em uma frigideira (pode demorar um pouco e sujar mais um item, mas é a opção mais segura).

O perigo maior, no entanto, é quando alguma pessoa tem contato direto com o alimento. Este outro vídeo mostra homem dando uma mordida em um ovo cozido explosivo – uma cena que é capaz de estragar qualquer café da manhã:

Uvas
Frutas como uvas (ou parentes delas, como mirtilos e groselhas), por exemplo, pegam fogo quando submetidas aos micro-ondas. A consistência gelatinosa atrai a energia eletromagnética do aparelho e a absorve com facilidade, por seu índice de refração.

Basicamente, o que ocorre no caso do fruto carregado é um processo de ionização, no qual os elétrons tentam fugir da alta temperatura, tornando possível observar um dos estados mais especiais da matéria: o plasma. Para leigos, isso pode se parecer como uma pequena bola de fogo.

Vagens – e outros legumes e verduras
Algumas verduras e legumes, como vagem, couve kale, espinafre, pimentões e cenouras, também podem causar a formação de faíscas dentro do micro-ondas. Isso se dá, sobretudo, pela quantidade de micronutrientes metálicos desses alimentos, como ferro, cobre e potássio.

Mas, como explica o engenheiro Mark Golkowski em entrevista à NPR, só ter esses metais em sua composição não basta para gerar carga elétrica. As chances de ocorrência do fenômeno são potencializadas por uma questão geométrica dos alimentos, em que, quanto mais pontas eles apresentarem, maior o campo elétrico formado.