Policial se recusa a pagar motoqueiro de aplicativo e mata trabalhador a tiros

Por: Redação / JC Online  Data: 03/12/2024 às 06:14

Motoqueiros realizaram um protesto para cobrar a atenção das autoridades de segurança

Policial se recusa a pagar motoqueiro de aplicativo e mata trabalhador a tiros

Um policial militar matou a tiros o motoqueiro de aplicativo Thiago Fernandes Bezerra, de 23 anos, no bairro Alberto Maia, em Camaragibe, na Região Metropolitana do Recife. O crime aconteceu na tarde do domingo, dia 1º.

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Policial se recusa a pagar motoqueiro de aplicativo e mata trabalhador a tiros

As informações iniciais de testemunhas são de que o sargento Venilson Cândido da Silva, 50, não teria pago a corrida, no valor de R$ 7, e o motoqueiro desceu da moto e o confrontou. “Vai fazer o quê? Vai fazer o quê? Vai atira aí”, disse Thiago Fernades, de braços abertos.

A ação, na Rua Barão de São Francisco, foi filmada por uma câmera de segurança.

As imagens mostram que o PM atirou, logo em seguida, na peito do motoqueiro. “Ai ai, meu Jesus”, foram as últimas palavras de Thiago.

O policial entrou no condomínio ao lado, onde mora, trocou de camisa e tentou fugir após o ocorrido. Ele foi localizado em um ônibus na Avenida Belmino Correia e foi agredido por populares.

O PM foi socorrido e encaminhado para o Hospital da Polícia Militar, onde segue internado. O estado de saúde dele não foi divulgado. 

Na manhã da segunda-feira (2), motoqueiros e colegas de Thiago realizaram um protesto pedindo justiça. Os manifestantes colocaram fogo em pneus.

Policial se recusa a pagar motoqueiro de aplicativo e mata trabalhador a tiros

Camaragibe, protesto de motoqueiros – Nildo Cavalcanti / TV Jornal

A Avenida Dr. Belmino Correia, no Centro da cidade, foi paralisada. Passageiros precisaram descer dos celetivos e seguiram a pé para os destinos. O trânsito foi liberado às 8h.

Nota da Polícia Militar 
A Polícia Militar de Pernambuco confirmou que o suspeito é um policial militar.

“A PMPE aprendeu um revólver calibre 38 com o suspeito e abrirá um processo administrativo, que poderá resultar na expulsão da Corporação.”

Secretaria de Defesa Social
O secretário de Defesa Social, Alessandro Carvalho, em entrevista exclusiva ao JC, classificou o caso como um “crime bárbaro”.]

“Foi sem nenhuma razão, ele desceu da garupa de um mototáxi e após um breve diálogo, que eu não sei do que se tratava, ele puxou a arma, atirou e matou aquele trabalhador.” 

“Isso é uma exceção dentro de uma corporação como a Polícia Militar que tem 16 mil homens e mulheres que acordam todos os dias e colocam sua vida em risco para proteger a sociedade. Infelizmente, nós tivemos esse caso e ele vai responder pelo ato dele. Já está preso e deve ser expulso da corporação”, afirmou o secretário.