Pesquisadores brasileiros e estrangeiros desenvolveram um sistema de inteligência artificial capaz de detectar câncer de pele a partir de imagens obtidas por uma câmera comum, como a de aparelhos celulares, com taxa de acerto de 99%. Cerca de 180 mil novos casos de câncer de pele são reconhecidos a cada ano no Brasil, o que representa 33% de todos os diagnósticos de neoplasias no país, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca).
A detecção atual de câncer é feita por meio de biópsia e de um equipamento chamado dermatoscópio, que é operado por dermatologistas treinados. O novo aparelho pode ser usado por profissionais de saúde e dermatologistas sem grandes conhecimentos no funcionamento técnico do mecanismo. A inovação permitirá que o diagnóstico seja mais simples e rápido, pois utiliza uma imagem gerada a partir de qualquer máquina fotográfica digital.
A novidade ainda não está disponível para produção em escala comercial, mas em um estágio próximo.
O projeto vem sendo desenvolvido há 10 anos pelo Instituto de Informática da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), sob liderança do professor Jacob Scharcanski, e tem o suporte de uma rede internacional de pesquisadores reunidos no Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE), da qual é membro, considerada a maior organização mundial de profissionais técnicos para o avanço da tecnologia. Empresas privadas, a Universidade de Warteloo (Canadá), alunos da UFRGS, além de pesquisadores brasileiros e de outras instituições contribuíram para o projeto.
Câncer de pele
O câncer de pele representa o crescimento anormal do órgão, normalmente ocasionado pela radiação ultravioleta a partir da exposição excessiva aos raios solares e pelo uso indevido de produtos bronzeadores. A maior incidência da doença é de não melanoma, que tem baixa letalidade e pode ser curado facilmente quando é detectado em estágio inicial; já o melanoma é o tipo mais incomum desse câncer, mas pode causar metástase e morte.
Por essa razão, é importante examinar a pele com frequência, já que o problema inicialmente pode parecer uma pinta, eczema ou alguma lesão benigna. É importante observar se há sintomas como mudança de cor ou textura, presença de sangramento, crescimento rápido ou mancha que não cicatriza. Caso perceba sinais ou pintas suspeitas, procure imediatamente um médico dermatologista.