Desaparecidos na selva da floresta amazônica da Colômbia por 16 dias após o avião em que viajavam sofrer uma queda, três crianças e um bebê de 11 meses foram encontrados por socorristas militares do país, na tarde desta quarta-feira (17). A notícia foi anunciada pelo presidente do país, Gustavo Petro, que comemorou o resgate.
“Depois de árduos trabalhos de busca das nossas Forças Militares, encontramos com vida as quatro crianças que tinham desaparecido após o acidente em Guaviare. Uma alegria para o país”, disse o presidente. O acidente ocorreu no sul da Colômbia, entre os estados de Caquetá e Guaviare.
As crianças indígenas, de 13, 9 e 4 anos, e o bebê de 11 meses perambulam pela selva desde 1º de maio. Horas antes da queda, o piloto do avião sinalizou às torres de tráfego aéreo que estava com problemas no motor da aeronave, que logo depois desapareceu dos radares.
O piloto, a mãe das quatro crianças e outro passageiro morreram no acidente e foram encontrados entre os destroços pela equipe de busca entre segunda (15) e terça-feira (16).
O grupo de pequenos sobreviventes passou os dias em uma rotina de andar pela selva em busca de ajuda, eles se alimentaram de frutos encontrados no chão e fugiram de animais selvagens. Durante as buscas, mais de 100 soldados com cães farejadores seguiram objetos deixados pelas crianças, como tesouras, fitas de cabelo, sapatos, roupas e uma mamadeira no meio da mata.
Além disso, “um abrigo construído de maneira improvisada com gravetos e galhos” foi descoberto pela equipe de buscas, o que fez com que os socorristas suspeitasse que pelo menos uma das crianças estava viva.
Os militares que estavam nas buscas afirmaram que fortes chuvas, a presença de animais selvagens e árvores gigantescas de até 40 metros dificultaram uma busca ágil pelo grupo. Para auxiliar no resgate, a força aérea colombiana sobrevoou a região com três helicópteros com um megafone que reproduziu uma mensagem na língua huitoto, falado pelas crianças, gravada pela avó dos pequenos. O recado dizia que eles eram procurados e deviam permanecer onde estavam.
As autoridades colombianas não informaram o motivo do voo da família, mas a região é conhecida pela necessidade de voos privados por ter difícil acesso.