Uma equipe internacional, congregando 188 pesquisadores de todo o mundo, conduziu o maior estudo intercultural já feito até hoje sobre comportamentos voltados para melhorar a própria aparência.
Eles entrevistaram mais de 93.000 pessoas em 93 países, questionando sobre a quantidade de tempo que gastam todos os dias melhorando sua aparência física.
Os resultados mostram que as pessoas gastam uma média de quatro horas por dia para realçar sua beleza.
E não aponte seus olhos acusadores para as mulheres: Cuidar da aparência não depende do gênero, e as pessoas mais velhas se preocupam tanto em ter uma boa aparência quanto as jovens.
De modo um tanto inesperado, o preditor mais forte de comportamentos de aumento de atratividade parece ser o uso das mídias sociais, que envolve justamente “encontros virtuais”, ou seja, sem encontros cara a cara.
Por que as pessoas querem parecer mais bonitas?
Os pesquisadores estavam tentando validar várias teorias que tentam explicar porque as pessoas querem parecer mais bonitas. Essas explicações vão desde a teoria evolucionária, que diz que as pessoas querem ficar mais bonitas para tentar “acasalar” com parceiros mais saudáveis, até a hipótese patogênica, que diz que pessoas com histórico de doenças querem disfarçar seus sintomas.
Os dados não validaram nenhuma das teorias.
Mas o tempo gasto para tentar aumentar a atratividade física impressionou: 4 horas é um sexto do dia, e cerca de metade do tempo que uma pessoa normalmente passa dormindo.
Além de maquiar-se, pentear-se e escolher roupas, esses comportamentos incluem cuidar da higiene corporal, praticar exercícios ou seguir uma dieta específica com o objetivo de melhorar a aparência – em vez de cuidar da saúde, por exemplo.
Pessoas em relacionamentos românticos iniciais tendem a gastar mais tempo melhorando sua aparência em comparação com aqueles que são casados ou namoram há algum tempo. E as pessoas mais velhas gastam tanto tempo quanto as mais jovens buscando aumentar sua atratividade física.
O inesperado foi que o uso de mídias sociais parece ser o preditor mais forte de comportamentos de autoembelezamento. Os usuários mais ativos de mídia social – em particular, aqueles que ficam preocupados quando suas fotos recebem menos curtidas – investem mais tempo em melhorar sua aparência do que aqueles que passam menos ou nenhum tempo nas redes sociais.