Faltando menos de um mês para ser empossado, o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ainda não anunciou oficialmente quem serão os seus ministros. No entanto, diversos nomes são cogitados para a Esplanada dos Ministérios.
Na quinta-feira, dia 8, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou que Lula vai começar a anunciar os ministros do novo governo hoje (9). A ideia original era deixar os anúncios para depois da diplomação, marcada para segunda-feira (12). O governo de transição convocou um pronunciamento de Lula às 10h45min de hoje.
De acordo com Gleisi, serão anunciados os ministros “mais evidentes”. A expectativa é que Fernando Haddad (PT) seja confirmado na Fazenda e José Múcio na Defesa. Também devem ser confirmados Flávio Dino na Justiça e Rui Costa na Casa Civil.
Enquanto os nomes oficiais não são divulgados pelo presidente eleito, confira alguns das principais apostas que circulam na imprensa.
Renan Filho — Filho de Renan Calheiros (MDB-AL), é senador eleito e um dos quadros mais próximos a Lula dentro do partido. Filho é cotado para assumir o Ministério de Minas e Energia. Deve ser indicado para a esplanada pelo pai, que busca aumentar a influência na estrutura interna do MDB.
Alexandre Padilha — Ex-ministro das Relações Institucionais de Lula e da Saúde da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), Padilha atualmente é deputado federal pelo PT. Durante as eleições deste ano foi um dos coordenadores da campanha de Lula e agora é cotado para voltar à pasta das Relações Institucionais no novo governo.
Alexandre Silveira — Com forte atuação em favor da campanha petista, Alexandre Silveira é senador pelo PSD de Minas Gerais, onde Lula venceu nos dois turnos. Ainda não tem uma pasta específica, apesar da tendência de indicação pelo partido.
Aloizio Mercadante — Coordenador do plano de governo de Lula, Mercadante é cotado para o Ministério das Relações Exteriores ou para a pasta de Planejamento, que no governo Bolsonaro foi fundida com a Fazenda.
Benedito Mariano — O sociólogo Benedito Mariano é ex-ouvidor da Polícia de São Paulo e acompanhou parte das investigações das mortes em Paraisópolis. Ele é cotado para a pasta da Segurança Pública, mesma em que é titular na prefeitura de Diadema, em São Paulo.
Carlos Fávaro — Integrante da equipe de transição, o senador pelo PSD no Mato Grosso é sondado para a Agricultura, em que concorre com Neri Geller.
Eduardo Braga — O senador do MDB é um dos nomes cotados para o Ministério de Minas e Energia, em que titular no governo Dilma Rousseff.
Felipe Salto — Atual secretário da Fazenda do Estado de São Paulo, é cotado para assumir a Secretaria do Tesouro, sob o guarda-chuva do Ministério da Fazenda.
Fernando Haddad — O ex-ministro da Educação e ex-prefeito da capital paulista perdeu a disputa pelo governo de São Paulo, mas teve o melhor desempenho do PT no Estado. Deverá comandar a Fazenda
Flávio Dino — Eleito para o Senado e ex-governador do Maranhão, se destacou como uma das vozes da oposição durante o governo de Jair Bolsonaro. Advogado e professor de direito, ele é cotado para os ministérios da Segurança Pública e da Justiça.
Guilherme Boulos — É sondado para a pasta de Cidades, concorrendo com Márcio França (PSB) pela vaga.
Jaques Wagner — Já foi deputado federal e governador da Bahia, além de ministro das Relações Institucionais sob Lula e da Defesa e da Casa Civil sob Dilma. Hoje é senador.
Jean Paul Prates — Senador pelo PT do Rio Grande do Norte, é atuante na área de energia, especialmente no setor de óleo e gás. Deve assumir o Ministério de Minas e Energia, mas também é visto como forte opção para a Petrobras.
Joênia Wapichana — Primeira mulher indígena a ser eleita deputada federal na história, pela Rede de Roraima. Vista como uma boa opção de moderação e negociação, é sondada para o novo Ministério dos Povos Originários.
José Múcio Monteiro — Ex-ministro das Relações Institucionais no segundo mandato de Lula à frente da Presidência, também foi ministro do Tribunal de Contas da União. Cotado para a Defesa, é visto como uma solução para pacificar as Forças Armadas pela alta capacidade de articulação.
Márcio França — Ex-governador de São Paulo e articulador da chapa Lula-Alckmin, é cotado para assumir o Ministério das Cidades ou Ciência e Tecnologia.
Marcelo Freixo — O feputado federal encerra o mandato neste ano após perder a eleição ao governo do Rio de Janeiro. Já foi do PSOL, migrou para o PSB e é cotado para o Turismo.
Margareth Menezes — A cantora baiana é um dos principais nomes apontados para o Ministério da Cultura.
Marina Silva — A ex-ministra do Meio Ambiente, que havia rompido com o PT desde 2009, reconciliou-se com o partido nas eleições deste ano e foi um grande símbolo de união na campanha. Ela foi eleita deputada federal, mas pode ocupar novamente o Meio Ambiente.
Mauro Vieira — Ex-ministro das Relações Exteriores no governo de Dilma Rousseff, foi uma das lideranças próximas a Lula nos momentos antes da prisão, em 2018. É cotado para assumir novamente o Itamaraty.
Neri Geller — Deputado federal e ex-ministro de Dilma, é do PP de Mato Grosso e foi um dos poucos apoiadores de Lula no setor agropecuário. Geller é uma opção para a Agricultura, concorrendo com Simone Tebet (MDB-MS).
Pérsio Arida — É nome próximo do vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), e foi um dos pais do Plano Real, abrindo o voto em Lula no segundo turno. Deve assumir o Ministério do Planejamento.
Randolfe Rodrigues — Senador pelo Amapá, o parlamentar da Rede foi um dos primeiros aliados a embarcar na candidatura de Lula. Durante a campanha, trabalhou de forma intensa e costurou apoios simbólicos. Assim como Marina Silva, Randolfe também é cotado para o Ministério do Meio Ambiente.
Rui Costa — O governador da Bahia é um dos favoritos a assumir a Fazenda no novo governo petista. Ele encerra seu mandato no Estado este ano, e deu uma demonstração de unidade no PT ao reconciliar-se com Jacques Wagner e apoiar a candidatura de Jerônimo Rodrigues, eleito governador.
Silvio Almeida — Advogado, professor visitante da Universidade de Columbia, em Nova York, presidente do Instituto Luiz Gama. É cotado para o Ministério da Justiça.
Simone Tebet — A senadora e candidata à Presidência pelo MDB colaborou na campanha de Lula especialmente em sua movimentação para os votos de indecisos. Ela, que prefere assumir a Educação, é cotada para os ministérios da Agricultura e da Justiça.
Sônia Guajajara — É deputada federal eleita pelo PSOL em São Paulo e foi candidata à vice-presidência em 2018. É liderança preponderante entre os indígenas e é cotada para o novo Ministério dos Povos Originários.
Tereza Campello — Ex-ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome no governo Dilma Rousseff, é bem vista aos olhos de Lula como uma opção para ministérios da área social.
Wellington Dias — O senador pelo Piauí é um dos sondados a assumir o Ministério da Fazenda no governo Lula.