O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai manter a agenda marcada para Maceió nesta quinta-feira (13), às 16h. Está programado na capital um ato de rua com o governador de Alagoas e candidato à reeleição, Paulo Dantas (MDB).
Em entrevista em Belford Roxo (RJ), na Baixada Fluminense, Lula defendeu o direito de defesa de Dantas, afastado do governo por ordem judicial, e reforçou seu apoio. “Eu espero que as pessoas que foram acusadas tenham direito a recorrer à Suprema Corte e que a Suprema Corte se manifeste a tempo de disputar as eleições”, afirmou o ex-presidente.
O ex-presidente citou ainda as suas condenações na Lava Jato, suspensas pelo STF (Supremo Tribunal Federal), e chamou a operação de “suspeita”. “Na minha opinião, até cheirando suspeição, porque é um processo antigo. Faltando pouco tempo para as eleições, você tentar tirar um candidato que é adversário do candidato do Arthur Lira, presidente da Câmara.”
“Eu que já fui vítima de mentiras, muitas mentiras, eu espero que as pessoas tenham direito à presunção de inocência”, afirmou Lula. Respeito. O planejamento do evento já estava todo encaminhado para quinta-feira, até que nesta manhã Dantas foi afastado do cargo por decisão da ministra Laurita Vaz, do STJ (Superior Tribunal de Justiça), por 180 dias.
O UOL apurou que chegou a ser ventilada por integrantes do PT a possibilidade de ser desmarcado o evento, mas foi logo rechaçada. O evento planejado é uma caminhada no centro da cidade.
Pessoas próximas à campanha dizem ainda que Lula nunca cancelaria a viagem em cima da hora também por respeito a Renan Calheiros. Sem qualquer ligação direta com Dantas, Lula tem no senador alagoano um dos aliados mais fortes hoje e num possível governo a partir de 2023.
“A decisão de Lula foi acertada, independe do aspecto que ele levou em conta, porque a gente não pode banalizar o que aconteceu de 2016 para cá, que foi a utilização do lawfare [quando o direito é usado como arma por opositores], a interferência do Poder Judiciário e a judicialização da politica para modificar resultados eleitorais”, afirma Ricardo Barbosa, presidente do PT em Alagoas.