Uma senhora já falecida usou uma inteligência artificial para falar com as pessoas que participavam do seu funeral no Reino Unido. Marina Smith, 87 anos, surpreendeu aos convidados com uma reprodução holográfica em vídeo para se comunicar depois de morta.
A tecnologia foi desenvolvida por uma empresa chamada StoryFile, criada para preservar memórias dos sobreviventes do Holocausto. O dono da empresa, Stephen Smith, é o filho da falecida, por isso resolveu oferecer a própria solução para homenagear a mãe.
É claro que a experiência causou um misto de sensações de surpresa, medo e saudosismo nos participantes. O filho de Marina conversou com a representação virtual da mãe em tempo real e permitiu que as pessoas pudessem fazer perguntas a ela.
“O extraordinário foi que ela respondeu às perguntas deles com detalhes e honestidade”, explicou Smith em entrevista do jornal The Telegraph. “As pessoas se sentem encorajadas ao registrar seus dados. Os enlutados podem obter uma versão mais livre e verdadeira de seu ente querido perdido”, ressaltou.
Para criar o holograma, a companhia usou 20 câmeras para filmar a idosa respondendo a 250 perguntas antes da sua morte. Os dados foram compilados e inseridos em um software para recriar a sua imagem virtualmente após a morte. Assim, o algoritmo consegue adaptar as informações coletadas para criar respostas personalizadas.
IA para “ressuscitar” pessoas
Outras pessoas também já passaram pelo procedimento e foram “revividas” graças à IA do StoryFile. Uma representação holográfica do ex-presidente da Screen Actors Guild, Ed Asner, também foi capaz de responder a perguntas dos participantes de próprio funeral no início deste ano.
Muitos desenvolvedores parecem empenhados em criar soluções para amenizar o luto das pessoas e ajudá-las a superar a perda do ente querido. No final do ano passado, uma campanha contra feminicídio trouxe vítimas “de volta à vida” com deepfake para alertar sobre o crime.
E o que falar sobre a tecnologia da Amazon para a Alexa que permite usar a voz de uma avó falecida para ler a história de ninar para a neta? O objetivo é usar a inteligência artificial da assistente virtual para simular conversas com quem já morreu a partir de pequenas gravações de áudio.
Algumas pessoas acham as inovações curiosas, enquanto outras veem potencial na tecnologia. Mas uma coisa é preciso admitir: tudo isso é um tanto sinistro e bem assustador.