A candidata à Presidência da República Simone Tebet (MDB) rechaçou, nesta quinta-feira (18/8), a falta de apoio que teve de caciques do próprio partido nas discussões internas sobre uma candidatura própria da legenda ao Palácio do Planalto.
Em claro recado aos emedebistas contrários ao seu nome, a senadora disse: “Agora não dá mais para puxar meu tapete”. A declaração foi dada em entrevista ao Flow Podcast. Na ocasião, ela que lembrou o episódio em que o grupo político contrário à sua candidatura judicializou a convenção partidária, em tentativa de barrar a votação que avalizou seu nome na corrida presidencial.
Um dos pivôs das polêmicas envolvendo o MDB foi o senador Renan Calheiros (AL), que defendia a necessidade do partido apoiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na disputa.
“Eu tive que enfrentar dentro do meu partido judicialização, querendo impugnar minha candidatura. Tivemos, na convenção do partido, 97% de votos favoráveis à candidatura própria ao meu nome. Falaram que eu não passaria do Natal, não sobreviveria ao Carnaval, que eu não teria ressureição na Páscoa. A última, foi: ‘Depois das festas juninas a Simone está fora’. Agora não dá mais para puxar meu tapete”, defendeu.
Segundo a emedebista, a dificuldade em conseguir a unanimidade do partido ocorre em razão de diferenças dela com alguns caciques. “Por isso que tive tanta dificuldade e demorei tanto para ser candidata, porque eu não me encaixo, sempre fui contra esse tipo de situação e era preciso quebrar o sistema”, explicou.
Pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira (18/8) mostra Simone Tebet com 2% das intenções de voto para o Palácio do Planalto. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera, com 47%. Bolsonaro tem 32%. Ciro Gomes (PDT), 7%.
O Datafolha ouviu 5.744 pessoas, de 16 a 18 de agosto, em 281 cidades brasileiras. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. O levantamento está registrado no TSE com o número BR-09404/2022.
“Cheiro de naftalina”
Durante a entrevista, Tebet também comentou o episódio em que parte desses caciques posou em foto ao lado de Lula. Na ocasião, a senadora afirmou que a “fotografia tem cheiro de naftalina“. “Ela remete aos mesmos erros do passado”, disparou à época.
“Esses caciques são sempre os mesmos e são aqueles que estiveram no passado com o presidente Lula. Afinal, foram seus ministros, é natural e compreensível. Nós não temos a unanimidade, mas teremos a unidade do partido na convenção. Repito, cada estado tem sua particularidade e nós vamos respeitar. Ninguém ficará amarrado a uma candidatura por obrigação”, continuou.