O policial militar Fabiano Junior Garcia é suspeito de matar a própria família nas cidades de Toledo e Céu Azul, no Paraná. Fabiano teria matado seus três filhos, Amanda, Kamili e Miguel, e a mulher, Kassiele Moreira, de quem ele não queria se separar, segundo as primeiras informações da PMPR. Relatos apontam que ele teria feito ainda outras quatro vítimas. Segundo o portal local CGN, citando informações do boletim de ocorrência, elas são: a mãe e o irmão do PM, e dois pedestres que apenas passavam pelo local naquele momento, sem parentesco com ele. Por fim, Fabiano cometeu suicídio.
Em nota, a Polícia Militar do Paraná disse estar “consternada” e que “lamenta profundamente o ocorrido”. De acordo com o Coronel Hudson Leôncio Teixeira, Comandante-Geral da PMPR, a motivação do crime seria o fato de que Fabiano não teria aceitado o fim do relacionamento.
Segundo Teixeira, foi com base em mensagens enviadas por Fabiano, de 37 anos, para alguns parentes que a corporação avaliou que o fim do casamento tenha motivado os crimes. Descrito como um “excelente policial”, Fabiano trabalhava na PM desde 2010. Sua função como motorista de oficial de serviço foi caracterizada como cargo de confiança, entregue aos “melhores policiais”.
“Então não havia nenhum indicativo fora essa questão da separação e algumas dívidas que ele tinha”, afirmou Teixeira. “Causou estranheza, surpresa e decepção para todos nós essa situação.”
O comandante-geral disse ainda que está sendo aberto inquérito policial militar para apurar os fatos. Ele disse ainda que a PMPR está prestando suporte psicológico para os familiares das vítimas e para os colegas de trabalho de Fabiano, que ficaram abalados com a tragédia.
Veja as vítimas do crime, segundo a PM:
- Kassiele, esposa, de 28 anos
- Miguel, filho, de 4 anos
- Kamili, filha, de 9 anos
- Amanda, enteada, de 12 anos
- Irene, mãe, de 78 anos
- Claudiomiro, irmão, de 50 anos
- Kaio, desconhecido do PM, 17 anos
- Luiz, desconhecido do PM, 19 anos
De acordo com os relatos sobre como Fabiano se portou no dia anterior, Teixeira contou que ele trabalhou normalmente na quinta-feira. O PM deixou o serviço por volta das 19h e, às 23h, ligou para o cunhado. Até cerca de meia-noite, cometeu os crimes. “Presumo que já tivesse um planejamento”, acrescentou Teixeira.
A dinâmica do crime:
- O PM primeiro matou a tiros Kassiele e Amanda dentro de casa.
- Depois ele foi para a casa da mãe, Irene Garcia, onde a matou a facadas e, com arma de fogo, matou o irmão Claudiomiro.
- Nas proximidades do imóvel, matou dois pedestres: Kaio Felipe Siqueira da Silva e Luiz Carlos Becker.
- Em seguida, foi para a cidade Céu Azul, onde os outros dois filhos, Miguel e Kamili, estavam na casa de tios e os matou a tiros.
- O próximo passo foi voltar para casa onde morava com a mulher, mas não chegou a sair do carro, pois cometeu suicídio.
“O policial militar que prestava serviços no 19º Batalhão em Toledo não tinha histórico que pudesse indicar problemas psicológicos e atuava como motorista do Coordenador do Policiamento da Unidade”, afirmou a PM em comunicado.
“Desde dezembro de 2020 a região conta com o apoio do programa PRUMOS, que disponibiliza atendimento psicológico e social aos militares e dependentes, com profissionais contratados para atuar nas Organizações Policiais Militares”.
Procurada, a Polícia Civil do Paraná ainda não deu mais detalhes sobre o caso.
Nas redes sociais, amigos e parentes de Kassiele fazem postagens de luto.
“Minha amada irmã como te amo. Você sabe disso tudo que passamos juntos. Miguel meu amor a dinda te ama tanto. Amanda nossa menina 😭😭 Kamili quem vai me chamar de tia você tá linda. Tá doendo 💔😭😭😭💔 E eu não pude nem dizer adeus”, disse uma familiar.
“Minha amiga Kassiele Moreira Deus te receba com suas meninas e esse anjo Miguel! Não sei como expressar mas é terrível a sensação de perder vidas assim! Tenho ótimas memórias das meninas, a Kamili ainda aprendendo a falar pequena na escola… e desse anjo que conheço desde a barriga! Pedimos que tenhamos força pra estar aqui e que vocês tenham um vida eterna!”, afirmou outra pessoa.
Essa tragédia no Paraná ocorre apenas seis dias após o assassinato de Marcelo Aloizio de Arruda na própria festa de aniversário em Foz do Iguaçu (PR) , que gerou enorme repercussão nacional e também na mídia internacional.