O Conselho de Sentença do 2º Tribunal do Júri de Maceió condenou José Milton Moreira a 20 anos e dez meses de reclusão pelo assassinato de sua esposa, Elizenilda Teodoro Moreira, ocorrido em 2017, na cidade de Igreja Nova. O julgamento foi conduzido, nesta terça (22), pela juíza Luana Cavalcante de Freitas, no Fórum da Capital.
Na decisão, os jurados reconheceram as qualificadoras de motivo torpe, emprego de recurso que impossibilitou a defesa da vítima e emprego de violência contra a mulher na forma da lei específica (feminicídio). A pena deverá ser cumprida em regime inicialmente fechado.
Para a juíza Luana Cavalcante, a conduta do réu foi altamente reprovável. “O acusado atuou na trama delitiva de maneira ardilosa, ao premeditar o crime, pois se armou anteriormente justamente com o intuito de ceifar a vida da vítima. Ademais, tentou dissimular o crime, simulando uma situação de latrocínio, o que demonstra ainda mais frieza”.
Ainda segundo a magistrada, as circunstâncias do delito foram excepcionalmente graves, uma vez que o crime foi cometido enquanto o filho da vítima, também filho do sentenciado, se encontrava na residência. “Além disso, na tentativa de dissimular o crime, o autor chamou o próprio filho para ver o corpo sem vida da mãe”.
De acordo com a denúncia, José Milton tinha relacionamentos extraconjugais, o que motivava ciúmes e brigas constantes entre ele e a esposa. Consta no processo também que Elizenilda possuía um seguro de vida que trazia o marido como beneficiário.