Segundo dados do Portal da Transparência do Registro Civil, administrados pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen), o Brasil teve janeiro mais mortal desde 2003. Foram registrados 144.341 óbitos em janeiro de 2022, um aumento de 5% em relação ao último ano.
Ainda em comparação ao mesmo mês de 2021, o país registrou um aumento de 70% das mortes causadas por pneumonia, que passaram de 12.745 em janeiro de 2021 para 21.718 neste ano. Em 2020, antes da pandemia, foram mais de 15 mil mortes.
Os óbitos relacionados com doenças do coração também apresentaram aumento: AVC (20%), infarto (17%) e causas cardiovasculares inespecíficas (19%). Em relação aos casos de Covid-19, houve uma redução de 55% no período.
Segundo Gustavo Renato Fiscarelli, presidente da Arpen, apesar de parecer menos letal, a Covid-19 pode gerar outros efeitos ainda desconhecidos.
“Os números dos cartórios de registro civil mostram mais uma vez, em tempo quase que real, o retrato fidedigno do que acontece com a população brasileira. Embora haja uma diminuição clara nos óbitos por Covid-19, ainda não se conhecem todos os efeitos das novas variantes, em especial da ômicron, que, diante do aumento de casos no último mês, parece ser a causa do crescimento de óbitos de outras doenças, como a pneumonia, doenças do coração e septicemia”, disse.
Em relação as mortes por causas violentas, houve um aumento de 81% em comparação com janeiro de 2021. Segundo a Arpen, esse dado mostra que a diminuição do isolamento eleva os índices de óbitos causados por acidentes e crimes.