Menina de 7 anos morreu em Franco da Rocha; biólogo alerta que vítimas devem ser encaminhadas a atendimento médico imediatamente após picada
A morte de uma menina de 7 anos vítima de uma picada de escorpião, em Franco da Rocha, na Grande São Paulo, na segunda-feira (14), acendeu o alerta para o aumento de acidentes com esses animais.
Apenas na capital paulista, casos de picadas de escorpião em humanos cresceram quase 30% no primeiro semestre deste ano, na comparação com o mesmo período de 2018.
O biólogo Claudio Maurício Vieira, do Instituto Vital Brazil, explica que os pais precisam ficar atentos, principalmente quando as crianças brincam fora de casa.
“A gente sabe que os acidentes graves com escorpião, inclusive com casos de óbito, ocorrem com as crianças. Mesmo que elas não relatem [a picada], mas estiverem reclamando de dor [local], com choro ou irritadas, devem ser levadas a um serviço de saúde. É melhor pecar pelo excesso.”
Vieira acrescenta que é fundamental que crianças envenenadas por picada de escorpião recebam o soro antiescorpiônico na primeira hora após o contato com o animal. No entanto, até três horas depois, ainda existe uma perspectiva positiva.
“É muito importante que as pessoas que moram em áreas com histórico de aparecimento de escorpião saibam onde tem soro específico e pessoal treinado para isso.”
O Instituto Vital Brazil disponibiliza em seu site uma lista atualizada dos serviços especializados de cada cidade. A consulta pode ser feita aqui.
O biólogo orienta que a população não tente limpar terrenos baldios onde haja suspeita de escorpiões ou qualquer outro animal peçonhento.
“Primeiramente tem que identificar qual é o tipo de animal. Isso pode ser feito com uma fotografia encaminhada para laboratórios, universidades. Só depois disso a comunidade será orientada de como deve ser feito o serviço de limpeza ou até intervenção ambiental.”
Pode-se recorrer ao serviços de zoonoses ou de vigilância ambiental de cada município.
A captura de escorpiões deve ser feita somente se não oferecer risco. O animal pode ser colocado em um vidro com álcool e encaminhado para análise.
Cuidados
Evitar acúmulo de lixo pode deixar escorpiões afastados
Evitar acúmulo de lixo pode deixar escorpiões afastados
Escorpiões se alimentam de outros insetos, principalmente baratas.
Por isso, evitar o acúmulo de lixo, entulho ou até folhas secas é um dos métodos de prevenção recomendados pela Prefeitura de São Paulo.
Dentre outros cuidados, estão:
• Manter jardins limpos e com a grama aparada.
• Acondicionar o lixo em sacos fechados, para que não atraia baratas.
• Utilizar telas nas janelas e saquinhos de areia embaixo da porta.
• Vedar ralos, pias e tanques.
• Conferir sapatos e roupas antes de usar.
• Afastar a cama da parede e evitar que lençóis e cobertas encostem no chão.
Tem se falado em galinha d’angola como predadora do escorpião, mas todas as galinhas comem escorpião. Segundo o biólogo, trata-se apenas de mais uma medida, não de uma solução definitiva. Vale ressaltar que a galinha é um animal diurno e enquanto, noturno.
“Muitas pessoas adquirem a galinha, mas acabam se desfazendo do animal por conta do barulho e da sujeira. Além disso, o escorpião é um problema urbano e, na cidade, não é permitida a criação de galinha”, diz.