A Polícia Civil revelou detalhes das investigações que resultaram na prisão nesta segunda-feira (20) de um jovem de 19 anos acusado de matar o enteado, o bebê Lucas Felipe da Silva, de apenas oito meses de vida, e que foi encontrado morto em casa, com sinais de agressões, no dia 2 deste mês, no Tabuleiro do Martins, na parte alta de Maceió.
As informações foram prestadas durante uma entrevista coletiva, no auditório da sede da instituição policial, no bairro de Jacarecica, com as presenças do delegado-geral Carlos Reis, do coordenador da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Ronilson Medeiros, do médico-legista e diretor do Instituto Médico Legal (IML), Diogo Nilo, e do delegado Fábio Costa, responsável pelas investigações.
No início da coletiva, o delegado-geral parabenizou a equipe da DHPP pelo rápido esclarecimento do crime, como também o trabalho realizado pelos médicos do IML, que ajudaram na elucidação do bárbaro assassinato.
O acusado, ao ser preso, confessou a autoria do crime, alegando que desferiu socos na cabeça e pisoteou o bebê porque não parava de chorar.
Inicialmente, nos primeiros depoimentos, ele e os familiares disseram que o menino tinha caído da cama e que foi notado que estava morto somente na manhã seguinte. Mas, o laudo do IML deixou claro que não se tratava de queda. O bebê apresentava diversas fraturas no crânio, com perda de tecido cerebral, inclusive. Além disso, foram notadas marcas indicando que sofria agressões já há algum tempo.
“O crânio estava esfacelado e isso demonstrava que não tinha sido queda. Voltamos a interrogar mais uma vez o padrasto, que confessou e disse que ele estava bebendo junto com a sogra e fazendo uso de drogas, como maconha e crack, quando a criança começou a chorar e ele foi tentar fazê-la dormir do lado de fora da casa, onde era mais ventilado, ocasião em que aconteceram as agressões”, afirmou Fábio Costa.
No interrogatório, o padrasto contou que, enquanto estava do lado de fora, chegou a pedir uma camisa limpa à companheira e, quando ela apareceu no muro para entregar, ele disse que estava tudo bem. Ao sair do local, que era escuro, o homem estava com a roupa ensanguentada. Perguntado de onde vinha aquele sangue, o homem disse que era da boca da criança, que tinha “mordido a língua”.
A investigação concluiu que, o que aconteceu, de fato, é que o homem agrediu violentamente o bebê, desferindo murros e chutes contra a cabeça do menino, o que o levou à morte. A gravidade das agressões foi constatada em laudo do Instituto Médico Legal (IML), inclusive havia marcas de mordidas humanas.
“Ele deu socos na cabeça e na boca do bebê, e também pisoteou a cabeça da criança porque ela não parava de chorar”, afirmou o delegado responsável pelas investigações.
Após as agressões, o padrasto teria dado um banho no bebê e entregado a criança à mãe, que tentou, mas não conseguiu amamentar. O casal teria ido dormir e quando acordaram, a criança estava morta.
Segundo o delegado, a princípio, apenas o homem, que não teve o nome revelado, será indiciado pelo crime. Ele encontra-se na Delegacia de Homicídios, onde estão sendo adotados os procedimentos legais e, de lá, seguirá para o sistema prisional, onde ficará à disposição da Justiça, pois teve a prisão preventiva decretada pelo juiz Carlos Pita.