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2024 é um ano bissexto com um dia a mais

2024 é um ano bissexto com um dia a mais
2024 é um ano bissexto com um dia a mais

Com a chegada de 2024, vem mais um ano bissexto para a conta dos nossos calendários. Você sabe o que significa um ano bissexto, ou para que serve? Resumidamente, o evento traz um dia extra para o segundo mês do ano — gerando o 29 de fevereiro —, o que ocorre a cada quatro anos. Isso serve para deixar o ano civil, ou seja, o do calendário gregoriano, mais sincronizado com o ano solar, que tem 365,242 dias.

2024 é um ano bissexto com um dia a mais

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A correção dos anos solares nem sempre foi tão simples assim, no entanto, e a história até chegarmos até o atual sistema bissexto — e as razões para que os seres humanos precisem fazer isso — é bastante longa. Mas não se preocupe, porque nós do Canaltech vamos resumir tudo para você.

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A história do ano bissexto
Para entender como surgiram os anos bissextos, precisamos estudar o surgimento do calendário moderno, que precisou de vários séculos de ajustes. Ele vem dos romanos, que dizem que um dos irmãos fundadores de Roma, Rômulo, criou um calendário com 304 dias e divisões de 10 meses, começando no equinócio de primavera no hemisfério norte.

O planeta Terra demora 365,242 dias para dar a volta ao sol, e nosso calendário precisa compensar essa diferença com anos bissextos (Imagem: goinyk/Envato)

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O sucessor de Rômulo, Numa Pompílio, teria modificado o calendário para ter 355 dias e 12 meses. É aqui que começa a briga para sincronizar melhor as datas com o ano solar — a cada 2 anos, um mês extra com 22 ou 23 dias era adicionado para isso. Já em 45 a.C., Júlio César contratou um astrônomo, Sosígenes, para transformar o calendário romano em um calendário solar por excelência, alinhando melhor as estações do ano, como já fazia o calendário dos egípcios, que também inventaram o sistema de 24 horas.

Nascia, assim, o calendário juliano, com o que se chamava de ano comum — 365 dias divididos em 12 meses. Estes alternavam entre ter 30 e 31 dias, encaixando também as quatro fases da lua em cada mês. A cada três anos, um dia extra era adicionado após 25 de fevereiro, gerando o primeiro ano bissexto.

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O nome do evento vem da fala de César sobre a data: “ante diem bis sextum Kalendas Martias”, ou, em tradução livre do latim, “repetição do sexto dia antes das calendas de março”. O termo “Calendas” se referia aos primeiros dias do mês, enquanto os do meio eram chamados de “Nonas”, e os últimos, “Idos”. Isso quer dizer que o sexto dia antes de 1º de março se repetia (bis sextum, ou bissexto), e o termo é usado porque a contagem de tempo romana fala sobre os dias retroativamente.

O problema é que a adição de um dia apenas a cada três anos não corrigia muito bem a sincronização com o ano solar, o que só foi percebido 30 anos depois. Historiadores acreditam que isso tenha sido corrigido ao retirar os anos bissextos entre 12 a.C. e 8 d.C. O imperador Augusto, que sucedeu Júlio César, instituiu finalmente o dia extra a cada quatro anos, o colocando após 24 de fevereiro.

Sem a correção dos anos bissextos, as estações do ano começariam em datas diferentes, deixando a vida desnecessariamente confusa (Imagem: krystina rogers/Unsplash)

Quem mudou o dia do ano bissexto para 29 de fevereiro foi o Papa Gregório, em 1582 gerando o atual calendário gregoriano em um último esforço para corrigir a falta de sincronia com o sol. No calendário juliano, a cada 400 anos, ocorria um atraso de três dias em relação ao ano solar.

A correção solar veio ao estabelecer que anos bissextos em anos seculares (como 1900 ou 2000) só ocorrem se o ano for divisível por 400. O ano 1600, por exemplo, foi bissexto, já que 1600 ÷ 400 = 4. Já o ano 1500 não foi, já que 1500 ÷ 400 = 3,75. Com isso, o próximo ano terminado em 00 que será bissexto é 2400.

Por que o ano bissexto importa?
Embora a sincronização solar não pareça, à primeira vista, tão importante, considere que mantivéssemos o atraso de um dia a cada quatro anos em relação ao sol — após algumas décadas, o dia em que a primavera ou outras estações se iniciam, por exemplo, já estaria fora de sincronia, o que complica diversas coisas na prática.

A agricultura teria de se ajustar constantemente, bem como eventos astronômicos, datas religiosas e a vida cotidiana, que teria que estabelecer estações do ano vagantes ao longo do ano. Em resumo, é melhor evitar a confusão ao viver um dia a mais em fevereiro a cada quatro anos, em média.

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