Estudantes e profissionais em geral têm um compromisso inadiável para estas eleições, que é o compromisso de oportunizar a quem esteja ao seu entorno uma mensagem de esclarecimento, um olhar de cuidado e alguns diálogos de muita atenção. Coloca-se em jogo o futuro do País e, nele, a qualidade de vida de mais de duzentos milhões de brasileiros (as).
Grande parcela da nossa gente vive em condições precárias, estando mais de um quarto da população na linha da pobreza; mais de meio milhão de pessoas (602.217) encarceradas, em condições subumanas e sem perspectivas ressocializadoras; crianças continuam fora da escola; o acesso à saúde continua deficitário, da marcação de exames ao tratamento de doenças graves, vidas que se vão. Nossa juventude permanece desamparada. O patrimônio público continua a ser delapidado pelo esgoto da corrupção. Não há moradia digna. Lidamos com um projeto de segurança pública falido. O meio ambiente pede socorro. Enfim. A nossa real situação é bem mais gravosa do que a que sentimos, pois o passar do tempo acalenta, em parte, nossas dores.
Por isso, estudantes e profissionais em geral, temos um compromisso que não é qualquer um, mas um compromisso social. Com a criança que ainda dorme com fome, com a mãe de família que agoniza de dores e sem acesso à saúde; com a merenda desviada; com os apenados amontoados sem ter qualquer espécie de recuperação ao convívio social; com a cessação da violência pelos caminhos da paz.
O processo eleitoral é um momento de rendição à condição humana, na melhor de suas acepções. De abster-se de paixões, de competitividade, de ofertas indecorosas, do ódio e do rancor. É celebração do diálogo, de procura e de encontro do melhor caminho para todos (as) nós. Somos filhos de um mesmo tempo e razões de uma mesma era.
Que, nestas eleições, o amor possa vencer o ódio, a palavra conquiste o voto; a ciência supere a violência; e que o dinheiro não furte a dignidade de nenhum pobre cidadão já injustiçado.
Profissionais e estudantes: que a gente possa mediar esse debate com ações de esperança, com esclarecimentos e apoios leais a candidatos realmente comprometidos (as) com a igualdade de oportunidades, com o combate de todas as formas de opressão, com a ética e com a justiça social.
Contra o ódio, contra a ignorância e em desfavor da ausência de sensibilidade com as raízes de todas as nossas chagas sociais: o egocentrismo e a negação do outro enquanto sujeito de direitos.
Mais do que afrontar, precisamos convencer.
Mais do que gritar, precisamos esclarecer.
Mais do que brigar, precisamos vencer.