Ícone do site AlagoasWeb

10 boas notícias sobre o coronavírus em meio a ‘pandemia de medo’

Reprodução

Classificando o novo coronavírus como uma pandemia ou não, o problema é grave. Não dá para minimizar a importância. Em menos de dois meses, ele se espalhou por vários continentes.

Uma pandemia implica uma transmissão sustentada, eficaz e contínua da doença simultaneamente em mais de três regiões geográficas diferentes. Já podemos estar nesta fase, mas isso não é sinônimo de morte, pois o termo não se refere à taxa de mortalidade do agente infeccioso, mas à sua transmissibilidade e extensão geográfica.

Publicidade

O que certamente existe é uma pandemia de medo. Pela primeira vez na história, estamos enfrentando uma epidemia em tempo real: toda a mídia, várias vezes ao dia, todos os dias, em todo o planeta, fala sobre o novo coronavírus, que causa a doença covid-19.

Seguimos a identificação de cada caso ao vivo. Foi notícia de primeira página que o vírus no Brasil sofreu mutação três vezes!

Insisto: o assunto é sério, mas uma das primeiras vítimas do coronavírus na Espanha foi o Ibex35 (a bolsa de Madri). É necessário informar o que está acontecendo, mas também precisamos de boas notícias. Aqui estão dez delas.

O genoma estava disponível no dia 10. Já sabemos que é um novo coronavírus do grupo 2B, da mesma família que a Sars, razão pela qual o chamamos de SARSCoV2. A doença é chamada covid-19.

Está relacionado ao coronavírus de morcegos. As análises genéticas confirmam que ela tem uma origem natural recente (entre o final de novembro e o início de dezembro) e que, embora os vírus sofram mutações, sua frequência de mutação não é muito alta.

Nos últimos meses, esses tipos de testes foram aperfeiçoados e tiveram sua sensibilidade e especificidade avaliadas.

Em outros países, está sendo realizado um acompanhamento epidemiológico muito detalhado. Os focos são muito concretos, o que permite que eles sejam controlados mais facilmente. Por exemplo, na Coreia do Sul e em Cingapura.

Em 14%, pode causar pneumonia grave e em 5% pode se tornar crítica ou letal.

Há 13 vezes mais pacientes curados do que mortos, e a proporção está aumentando.

Nas crianças, os sintomas são tão leves que podem passar despercebidos.

A lavagem frequente das mãos com água e sabão é a maneira mais eficaz de evitar o contágio.

São trabalhos preliminares sobre vacinas, tratamentos, epidemiologia, genética e filogenia, diagnóstico e aspectos clínicos.

Esses artigos foram preparados por cerca de 700 autores espalhados pelo planeta. É ciência em comum, compartilhada e aberta. Em 2003, quando a Sars aconteceu, levou mais de um ano para obter menos da metade de artigos.

O que pode prolongar seu desenvolvimento são todos os testes necessários de toxicidade, efeitos colaterais, segurança, imunogenicidade e eficácia na proteção. É por isso que se fala em vários meses ou anos, mas alguns protótipos já estão em andamento.

Por exemplo, a vacina mRNA-1273 da empresa Moderna consiste em um fragmento de RNA mensageiro que codifica uma proteína derivada da glicoproteína S da superfície do coronavírus. Esta empresa possui protótipos semelhantes para outros vírus.

A Inovio Pharmaceuticals anunciou uma vacina de DNA sintético para o novo coronavírus, INO-4800, também baseada no gene S da superfície do vírus. Por sua vez, a Sanofi usará sua plataforma de expressão de baculovírus recombinante para produzir grandes quantidades do antígeno de superfície do novo coronavírus.

O grupo de vacinas da Universidade de Queensland, na Austrália, anunciou que já está trabalhando em um protótipo usando a técnica chamada “grampo molecular”, uma nova tecnologia que permite produzir vacinas usando o genoma do vírus em tempo recorde.

Na Espanha, o grupo de Luis Enjuanes e Isabel Sola, do CNB-CSIC, trabalha com vacinas contra coronavírus há anos.

Alguns desses protótipos serão testados em breve em humanos.

São antivirais que foram usados ​​para outras infecções, já aprovados e que sabemos que são seguros.

Um dos que já foram testados em humanos é o remdesivir, um antiviral de amplo espectro, ainda em estudo, que foi testado contra Ebola e Sars/Mers. É um análogo da adenosina que é incorporado na cadeia do RNA viral e inibe sua replicação.

Outro candidato é a cloroquina, um antimalárico que também possui atividade antiviral potente. Sabe-se que bloqueia a infecção aumentando o pH do endossomo necessário para a fusão do vírus com a célula, o que inibe sua entrada.

Está provado que este composto bloqueia o novo coronavírus in vitro e já está sendo usado em pacientes que tiveram pneumonia devido ao vírus.

Lopinavir e Ritonavir são dois inibidores de protease usados ​​como terapia antiretroviral que inibem a maturação final do vírus da Aids. Como a protease SARSCov2 demonstrou ser semelhante à do HIV, essa combinação já foi testada em pacientes com coronavírus.

Outros estudos propostos são baseados no uso de oseltamivir (um inibidor da neuraminidase usado contra o vírus da gripe), interferon-1b ​​(proteína com função antiviral), anti-soros de pessoas já recuperadas e anticorpos monoclonais para neutralizar o vírus. Já foram sugeridas novas terapias com substâncias inibidoras, como a baricitinibina, selecionadas mediante inteligência artificial.

A pandemia de gripe de 1918 causou mais de 25 milhões de mortes em menos de 25 semanas. Algo semelhante poderia acontecer novamente hoje? Como vemos, provavelmente não. Nunca estivemos tão preparados para combater uma pandemia.

Sair da versão mobile